Área: Doenças Anorretais Benignas
Categoria: Pesquisa básica
Forma de Apresentação: Tema Livre (apresentação oral)
Objetivo(s): Avaliar a eficácia das diferentes técnicas cirúrgicas na abordagem de fístulas anorretais de origem criptoglandular.
Método: Consulta em prontuários eletrônicos de pacientes do Hospital Federal de Ipanema, assistidos pelo Serviço de Coloproctologia, durante um período de 4 anos, entre março de 2015 e março de 2019.
Resultados: Durante o período de março de 2015 a março de 2019, 177 pacientes foram submetidos a correção cirúrgica de fístula anorretal de origem criptoglandular no Hospital Federal de Ipanema, pelo Serviço de Coloproctologia, totalizando 226 procedimentos. Destes pacientes, 142 eram homens, com idade entre 19 e 76 anos, e 35 eram mulheres, com idade entre 21 e 66 anos. As fístulas anorretais complexas foram identificadas em 53 pacientes, 41 homens e 12 mulheres. Nestes casos, as abordagens cirúrgicas empregadas foram fistulotomias/fistulectomias com passagem de sedenho em cerca de 32% dos casos, culminando em 29,41% de recidiva; LIFT (ligation of intershincteric fistula tract) em aproximadamente 30,18% dos pacientes, com índice de recidiva de 43,75%; já em torno de 35,85% dos pacientes com fístulas complexas foram empregada a técnica do avanço de retalho mucoso e/ou cutâneo, com uma recorrência de 26,3% dos casos; e, por último, o plug anal foi utilizado em 1 paciente, correspondendo a 1,88% das abordagens em fístulas complexas e obteve sucesso terapêutico. Já as fístulas anais simples, apresentadas por 124 pacientes, foram tratadas com fistulotomias/fistulectomias com passagem de sedenho cortante em 71 pacientes e sem utilização de sedenho em 53 pacientes.
Conclusão(ões): Apesar da maioria da população de pacientes acometidos por fístulas anorretais encontrada no estudo ser composta por homens, correspondendo a aproximadamente 80,22% da população estudada, o percentual de fístulas complexas foi ligeiramente maior na população feminina – 28,87% dos homens e 34,28% das mulheres apresentaram fístulas complexas. Nestes casos, os pacientes foram submetidos a diferentes técnicas cirúrgicas, todas ainda com altas taxas de recorrência da doença, corroborando com os dados encontrados na literatura, que indicam a necessidade de mais um procedimento cirúrgico para correção de uma fístula anorretal complexa, na maioria dos casos.