Área: Miscelâneas
Categoria: Pesquisa básica
Forma de Apresentação: Tema Livre (apresentação oral)
Objetivo(s): O objetivo do nosso trabalho é estabelecer o perfil das comorbidades e vícios das pacientes com diagnóstico de endometriose profunda com acometimento intestinal em acompanhamento no nosso serviço.
Método: Estudo transversal e retrospectivo, através da análise de prontuários de 33 pacientes em acompanhamento por endometriose profunda nos ambulatórios especializados de Ginecologia e Coloproctologia do Hospital Estadual Mários Covas (Santo André-SP) entre junho de 2016 a dezembro de 2018. Foram identificados na anamnese da primeira consulta os dados referentes aos antecedentes pessoais e hábitos de vida e agrupados em tabelas por paciente.
Resultados: Dos 33 pacientes, 18 (54%) não referiam nenhuma outra comorbidade; a prevalência de HAS foi de 18%; depressão foi relatada em 4 casos (12%); dislipidemia em 6%; hipertireoidismo e hipotireoidismo em 1 caso cada (3%). Demais comorbidades presentes em 1 caso cada foram: urolitíase, migrânea, incontinência urinária, trombofilia e síndrome do intestino irritável. Tabagismo foi referido por 4 pacientes (12%) e etilismo em 1 paciente (3%).
Conclusão(ões): Endometriose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela presença de células endometriais fora da cavidade uterina. O perfil de comorbidades é variável e depende não somente do impacto da doença sobre os demais sistemas, como pelos hábitos de vida e herança genética de cada paciente. A incidência de depressão na população geral varia de 3-11%, em nosso estudo observamos prevalência semelhante, porém a literatura sugere que estas duas entidades patológicas podem estar relacionadas. Sepulcri e Lorencatto et al. identificaram prevalência de 86% e 86,5% respectivamente, sendo 52-63% na forma moderada a grave nas pacientes com endometriose. A menor prevalência da depressão em nosso estudo pode estar relacionada a investigação inadequada ou omissão pelas pacientes na primeira consulta. Enquanto a HAS atinge 25% da população brasileira, em nosso estudo a prevalência foi menor e o motivo pode estar relacionado ao fato dessas pacientes se encontrarem em idade fértil, portanto em idade mais jovem que a usual para esta doença. As demais comorbidades identificadas apresentam incidência semelhante a população geral.