Introdução: Colonoscopia é considerado um dos melhores métodos na detecção e prevenção de câncer colorretal, a quarta neoplasia que mais mata no mundo. Sua importância encontra‐se principalmente na detecção e remoção de pólipos adenomatosos, lesões comprovadamente pré‐malignas. A idade de início do screening para doenças colônicas é de 50 anos. No entanto, poucas são as propostas de início do rastreio em pacientes com acompanhamento em serviços especializados, geralmente uma amostra com maiores fatores de risco e sintomatologia.
Objetivo: Analisar o perfil de pacientes com pólipos e neoplasias, como também a prevalência dessas alterações em um serviço de ensino no interior paulista.
Métodos: Análise retrospectiva de colonoscopias e retossigmoidoscopias flexíveis, através de prontuário, feitas entre janeiro de 2016 e maio de 2017, no serviço de coloproctologia de um hospital terciário de ensino. Teste do qui‐quadrado foi aplicado entre variáveis categóricas, considerou‐se diferença estatística quando p<0,05.
Resultados: Foram analisados 577 pacientes, com média de 57,90 anos, prevaleceu o sexo feminino (57,7%). Dentre os exames feitos, 42,1% dos casos apresentaram pólipos, 77,6% desses eram menores do que 1cm, 63,8% sésseis e 39,5% adenomas. Malignidade foi encontrada em 3,9% da amostra. Após categorizarmos a amostra em um grupo entre 40 e 49 anos e outro acima de 50, idade essa preconizada na literatura para o início do screening colonoscópico, observamos uma prevalência de pólipos de 30,4% e 49,0% (p=0,002) e de malignidade de 2,5% e 4,8% (p=0,368), respectivamente.
Conclusão: As características gerais da amostra são semelhantes às registradas na literatura. No entanto, apesar de observarmos a semelhança na prevalência de pólipos entre pacientes de 40‐49 anos e acima de 50 anos, a prevalência de malignidade permaneceu inalterada nesses grupos, dado que poderia propor uma nova discussão com relação à idade de início do rastreio em pacientes acompanhados em serviços especializados.