Objetivo: Analisar as variáveis dos resultados dos exames de colonoscopia de um Hospital Terciário, realizados entre 2011 e 2018.
Material e métodos: Trata‐se de um estudo transversal e retrospectivo no qual foram analisados 4208 laudos de colonoscopia, de um Hospital Terciário, entre 2011 e 2018. As seguintes variáveis foram estudadas: gênero, faixa etária, exame completo ou incompleto, hipótese diagnóstica, origem pública ou privada, quantidade e localização de pólipos, presença de complicações, preparo adequado ou ruim. No estudo, alguns pacientes foram submetidos a mais de um exame em tempos distintos e existiram também laudos com mais de um diagnóstico.
Resultados: Foram avaliados 4208 laudos de colonoscopia. A maioria dos laudos foi do gênero feminino, totalizando 2653 (63%) e 1555 (37%) do gênero masculino. Houve predomínio na faixa etária de 50 a 70 anos (51,23%). O número de colonoscopias completas foi de 3747 (89%) e 461 (11%) incompletas, tendo como, a formação de alça no aparelho, a principal causa de não progressão do colonoscópio (43%). A principal hipótese diagnóstica encontrada nos exames foi doença diverticular dos cólons 1352 (30,9%) seguida da presença de pólipos 917 (20,9%). Em relação a localização dos pólipos, foram encontrados 252 pólipos no cólon sigmóide (26%) e a minoria, 47(5%), no ceco, com o predomínio de 780 (81%) do tipo séssil sobre 186 (19%) do tipo pediculado, sendo que alguns pacientes apresentavam pólipos de ambos os tipos. Dentre todos os exames realizados, ocorreram apenas 6 complicações, sendo 2 hipotensões com bradicardia, 2 perfurações e 2 sangramentos após polipectomia. Houve prejuízo em 5% dos exames devido ao preparo inadequado do cólon.
Conclusão: A epidemiologia do serviço analisado condiz com a literatura, comprovando que a faixa etária mais prevalente para realização do exame de colonoscopia é entre 50 e 70 anos. Há também maior incidência da doença diverticular dos cólons e pólipos colônicos acima da 5 ª década de vida. A localização dos pólipos predomina no cólon sigmóide e a morfologia séssil é a mais comum. A frequência de complicações é pequena quando comparada a tamanha relevância diagnóstica e terapêutica que esse exame representa para o estudo do trato digestivo baixo.