Objetivo: Conhecer as características dos pacientes referenciados com queixas proctológicas a um serviço terciário de Coloproctologia na cidade de Pelotas‐RS; correlacionar queixas mais comuns com as impressões diagnósticas após atendimento especializado.
Método: Estudo retrospectivo, descritivo, com dados de prontuários de 233 pacientes com queixas orificiais encaminhados à primeira consulta entre 2014 e 2017; utilização de formulário padronizado de primeira consulta como instrumento, visando uniformidade de registo em ambiente acadêmico.
Resultados: Metade dos pacientes tinha entre 40 e 60 anos, com discreto predomínio do sexo feminino. História familiar de neoplasia colorretal foi relatada por 11% dos pacientes. Tabagismo ativo foi relatado por 19,7% dos pacientes, e 11,6% eram ex‐tabagistas. A comorbidade mais comumente referida foi hipertensão (33,5%). Em relação às queixas principais, 58,4% relatavam algum grau de sangramento, e a impressão diagnóstica foi de doença hemorroidária em quase metade destes pacientes. A dor anal foi a segunda queixa mais comum (46,8%). Quando esse sintoma ocorria em associação ao sangramento, a porcentagem de pacientes com achado de fissura anal aumentou de 13,6% para 25%, em comparação aos casos em que havia sangramento sem relato de dor.
Conclusão: Apesar do uso de prontuário estruturado, houve falhas de registro. Conhecer a demanda e diagnósticos mais comuns melhora o atendimento e o aproveitamento acadêmico.