Introdução: O prolapso retal total consiste na herniação de todas as camadas do reto. Tal entidade acomete, principalmente, os extremos etários. Atualmente dispomos de centenas de técnicas, porém a escolha terapêutica deve ser baseada no conhecimento dos fatores etiopatogênicos e nas condições clínicas dos pacientes, podemos dividi‐los em dois grupos. Os de baixo risco, tratados preferencialmente por via abdominal. E os de alto risco, tratados por via perineal.
Objetivo: Apresentar a experiência do Serviço de Coloproctologia do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU‐UFMA) com o tratamento cirúrgico do prolapso retal total e dar ênfase às abordagens abdominais e perineais.
Método: Estudo retrospectivo que avaliou as características epidemiológicas e técnicas cirúrgicas para tratamento de prolapso retal total entre 2012 e 2016 no HU‐UFMA.
Resultado: Foram incluídas na análise 15 pacientes, 13 do sexo feminino (86,6%) e dois do masculino (13,3%). A idade média no sexo feminino foi de 76 anos e no masculino 37,5; 69,2% da mulheres eram multíparas e 30,7% apresentavam cistocele ou prolapso vaginal concomitantes. As técnicas mais usadas foram: Altemeier (53,3%), Delorme (20%), retopexia ventral videolaparoscópica com tela (13,3%) e promontofixação videolaparoscópica sem tela (13,33%). A idade média para as cirurgias perineais foi de 75,5 anos e para as abdominais 61,8. O tempo médio de internação foi de cinco dias com uma taxa de complicação de 20%, dois casos de infecção de sítio cirúrgico e um abscesso intracavitário. Dois pacientes (13,33%) apresentaram recidiva em dois anos.
Conclusão: O prolapso retal afeta principalmente o sexo feminino, está associado a distúrbios do assoalho pélvico decorrente, principalmente, da multiparidade. O seu tratamento pode ser feito por diferentes técnicas cirúrgicas. O sucesso do procedimento baseia‐se na avaliação criteriosa dos aspectos clínicos do paciente e na experiência técnica do cirurgião.