Introdução: A manometria anorretal é um método de investigação que associado a dados clínicos constitui‐se como importante ferramenta no arsenal diagnóstico para ajudar na definição terapêutica das patologias perineais. Sua uso é uma crescente e, para tanto, deveria ser de fácil acesso à população e à equipe médica para nortear a conduta.
Objetivo: Apresentar as queixas clínicas e os achados manométricos mais prevalentes nos pacientes avaliados em serviço de referência no Estado da Bahia, a fim de demonstrar sua importância na política de saúde pública.
Material e métodos: Estudo retrospectivo a partir da coleta de dados dos pacientes submetidos a manometria anorretal de janeiro de 2015 até junho de 2017.
Resultados: Dos pacientes avaliados, 68% (n=150) eram do sexo feminino e 32% (n=70) do masculino. As principais queixas foram incontinência anal (n=92), dor anal (n=61), constipação intestinal (n=41), além dos pacientes submetidos ao exame para avaliação pré‐cirúrgica (n=43). Os resultados manométricos estratificados pelo sexo demonstram que nas mulheres o RIRA está presente em 94% das pacientes, o canal anal funcional é mais distal (a 2cm da borda anal em 46% delas), com esfíncteres hipotônicos (67%) e normocontrácteis (61%), cuja sensibilidade e capacidade retal estão preservadas em sua maioria (71 e 87% respectivamente), enquanto nos pacientes do sexo masculino o RIRA está presente em 97%, o canal anal funcional é mais proximal (a 4cm da borda anal em 43% deles), com esfíncteres discretamente mais hipertônicos (37%) do que normotônicos (35%) e normocontrácteis (67%) e cuja sensibilidade e capacidade retal estão preservadas em sua maioria (71 e 82% respectivamente).
Conclusão: A manometria anorretal é um exame de baixo custo, facilmente reprodutível, com pequeno índice de complicações, deve ser incluído no leque diagnóstico disponível ao paciente.