Área: Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas/Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais
Categoria: Estudo clínico não randomizado
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): Esse estudo tem como objetivo estabelecer o perfil epidemiológico de pacientes submetidos ao procedimento de reconstrução de trânsito no serviço de cirurgia geral de hospital secundário de Fortaleza. Outro objetivo é a comparação dos dados obtidos no serviço com os dados relatados na literatura de países desenvolvidos, para observar se as condições sócio econômicas influenciam no perfil de pacientes operados.
Método: Foi realizado um estudo retrospectivo, observacional, unicêntrico, através da revisão dos prontuários dos pacientes submetidos a realização de cirurgias de reconstrução de trânsito para fechamento de ostomias terminais.
Resultados: Na amostra avaliada, vinte e três (79,3%) pacientes eram do sexo masculino e 6 (20,7%) eram do sexo feminino. A idade média foi de 42,48±15,99 anos, com uma incidência bimodal; um pico entre a segunda e terceira década de vida e outro entre a quinta e sexta. Houveram 14 tipos de diagnósticos iniciais reportados na cirurgia que levou a confecção da ostomia. Os mais comuns foram, perfuração por arma fogo (PAF) em 9 (31%) casos, diverticulite em 5 (17,2%) e apendicite em 3 casos (10,3%). Na amostra avaliada, vinte (69%) cirurgias foram iniciadas por laparoscopia e 9 (31%) foram iniciadas por via convencional. quatro cirurgias foram convertidas para via convencional, totalizando uma taxa de conversão de 20%.
Conclusão(ões): Diversos estudos mostram que a idade média dos pacientes submetidos à cirurgia de reconstrução de trânsito está entre a quinta e sexta década de vida. As etiologias mais comuns relatadas nos trabalhos internacionais são diverticulite e neoplasia de cólon. É possível perceber que existe, na amostra, uma diferença epidemiológica quando comparamos os resultados com estudos semelhantes em países desenvolvidos. Pode‐se atribuir este fato à violência urbana e à dificuldade de acesso a serviços de emergência cirúrgica na cidade onde o estudo foi realizado. A literatura mostra que a laparoscopia é uma opção viável para a realização da cirurgia. A taxa de conversão é variável, dependendo do centro. A violência urbana e a dificuldade de acesso aos serviços de emergência cirúrgica parecem influenciar no perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à cirurgia de reconstrução intestinal para fechamento de ostomias terminais. Tais diferenças não impedem a realização da cirurgia pela via laparoscópica.