Área: Miscelâneas
Categoria: Pesquisa básica
Forma de Apresentação: Tema Livre (apresentação oral)
Objetivo(s): Nosso objetivo foi estabelecer o perfil etário, étnico e educacional das mulheres com endometriose profunda atendidas em nosso serviço.
Método: Estudo transversal e retrospectivo, através da análise de prontuários de 33 pacientes em acompanhamento por endometriose profunda nos ambulatórios especializados de Ginecologia e Coloproctologia do Hospital Estadual Mários Covas (Santo André-SP) entre junho de 2016 a dezembro de 2018. No primeiro atendimento, as pacientes foram solicitadas a preencher um questionário contendo informações sobre idade, nível de escolaridade e cor.
Resultados: Das 33 pacientes analisadas, 20 se auto-declaravam da cor branca (60%), 12 como parda (36%) e 1 como preta (3%). Em relação ao nível de escolaridade, fundamental completo e incompleto foram observados em 3% dos casos cada, médio completo em 36%, superior completo em 12% e 1 caso superior incompleto (3%); 14 pacientes (42%) optaram por não declarar. A idade variou de 22 a 54 anos, com média de 39 anos.
Conclusão(ões): Endometriose representa uma afecção ginecológica comum, atingindo de 5%-15% das mulheres no período reprodutivo e até 3%-5% na fase pós-menopausa. Poucos estudos consistentes foram feitos com o intuito de se caracterizar as pacientes portadoras de endometriose. Em estudo realizado no Brasil entre 1992 e 1999, a média de idade avaliada de 244 mulheres com endometriose foi de 32,4 anos, 53% apresentavam segundo grau completo ou nível universitário, e muitas eram profissionais qualificadas. Na europa, 30% das mulheres com endometriose possuíam segundo grau completo e 27% nível superior. Bellelis e col. encontraram média de idade das 892 pacientes com endometriose foi de 33,2±6,3 anos, com uma predominância da população branca (78,7%) e 16% se declaravam pretas. Quanto a escolaridade, 76,9% de mulheres possuiam 2˚ ou 3˚ graus completos. Nosso estudo foi compatível com os dados da literatura, demonstrando a maior incidência em pacientes brancas e de maior escolaridade. A média de idade mais alta em nossa casuística pode estar relacionada a amostragem pequena.