Introdução: A retocolite ulcerativa (RCUI) é uma doença inflamatória que acomete mucosa e submucosa do cólon, entretanto em cerca de 10% dos pacientes podem evoluir com estenose intestinal.
Descrição do caso: Paciente feminino, 26 anos de idade, em seguimento com a equipe de coloproctologia devido retocolite ulcerativa desde 2015. Em uso de infliximabe e azatioprina, com história de afilamento das fezes, esforço evacuatório e cólica abdominal há 05 meses. Ao exame físico, presença de estenose retal que impedia a passagem de polpa digital, sem outros achados anormais. Optou‐se pela dilatação por balão pneumático através de colonoscopia com sucesso no procedimento e progressãodo aparelho até o íleo terminal, sendo verificado inúmeros pseudopólipos colorretais. Após cerca de 4 horas do procedimento, paciente com relato de dor abdominal tipo cólica em andar inferior associado à taquicardia e dor à descompressão brusca em hipogástrio. Exames complementares demonstravam leucocitose com desvio à esquerda e radiografia de tórax e abdome compatível com pneumorretroperitônio, corroborados por tomografia computadorizada de abdome e pelve. Realizado internação, expansão volêmica, antibioticoterapia, drenagem de loja pré‐sacral, jejum completo inicial e nutrição parenteral parcial após o segundo dia de internação. Houve boa evolução clinico‐laboratorial, com alta da paciente após 7 dias de hospitalização.
Discussão: A perfuração retal é um evento raro em quaisquer cenários, encontrando‐se apenas relatos de casos isolados à revisão narrativa da literatura médica. A evolução desses casos foi heterogênea, havendo descrição de boa resposta a tratamento clínico similar ao apresentado neste pôster, assim como pacientes que evoluíram para óbito após manejo clínico intensivo e abordagem cirúrgica.
Conclusão: A dilatação de estenose retal pode cursar com complicações, como a perfuração, sendo seu manejo inicialmente clínico com drenagem do espaço pré sacral.