Introdução: Os sedativos promovem relaxamento e diminuem o desconforto durante a colonoscopia. Na ausência de supervisão do anestesiologista, recomenda‐se que o exame seja feito sob sedação mínima, a fim de reduzir complicações clínicas. Alguns fatores relacionados aos pacientes associam‐se a maior dificuldade de execução do exame.
Objetivo: Identificar os fatores preditores de colonoscopia de difícil execução, em pacientes com sedação mínima.
Métodos: Coleta prospectiva dos dados relacionados às características dos pacientes e da execução do exame. Análise univariada e regressão logística para identificação dos preditores de colonoscopia difícil, definida por: necessidade de midazolam em altas doses (MAD), exame incompleto, tempo de intubação do ceco (TIC) prolongado (> 10min) e complicações relacionadas ao procedimento (CRP).
Resultados: Foram analisadas 719 colonoscopias. Houve maior prevalência de mulheres (66,3%), com<60 anos (68,2%), sem comorbidades (58,6%) ou uso crônico de benzodiazepínicos (81,1%) e sem cirurgias prévias (52,6%). A dose média de midazolam por paciente foi de 6,7±3,1mg e em 38% dos exames houve necessidade de MAD. Sexo feminino, idade<60 anos e obesidade foram fatores preditores de MAD. A taxa de intubação cecal foi de 84,7%. Idade ≥ 60 anos foi o único preditor de colonoscopia incompleta. TIC prolongado foi observado em 14,9% e sexo feminino foi seu fator preditor independente. Depressão respiratória, a única complicação observada, ocorreu em 2,9% dos exames. Idade>60anos foi preditor independente de CRP.
Conclusões: Sexo feminino e idade avançada foram preditores independentes de dificuldade da colonoscopia com sedação mínima.