Introdução: A ligadura do Trajeto no espaço interesfinctérico foi inicialmente descrito em 1993 por Philips e foi simplificada por Rojanasakul em 2007. O primeiro cirurgião propôs a excisão do componente extraesfinctérico do trajeto fistuloso, enquanto o segundo sugeriu a curetagem. Esta técnica denominada LIFT (ligadura interesfincteriana do trajeto fistuloso) tem sido utilizada como primeira linha no tratamento da fístula anal com preservação esfincteriana por muitos cirurgiões no mundo todo.
Objetivo: Demonstração da anatomia e detalhes da técnica LIFT realizada para tratamento da fístula anal complexa.
Método: Operação de LIFT realizada em 3 pacientes do sexo feminino, portadoras de fístula anal Trans‐esfinctérica complexa, cujas foram submetida à avaliação com o ultrassom anorretal Tridimenssional (US‐3D) e manometria anorretal no pré e no pós‐operatório. A técnica consiste na identificação do posição do trajeto fistuloso, o orifício fistuloso externo (OE) e da cateterização com estilete para visualização do orifício fistuloso interno. Identificação do espaço inter‐esfinctérico e realização de uma incisão curva na pele de aproximadamente 2cm. Abertura do espaço interesfinctérico com identificação do trajeto fistuloso, isolamento e ligadura proximal e distal do trajeto por transfixação com fio de poliglactina, 2‐0. Secção do trajeto fistuloso e ligadura dos cotos proximais e distais do trajeto. Injeção de H202 para confirmação da ligadura eficaz do trajeto, sem vazamento. Aproximação do espaço interesfincterico e da pele no local da incisão prévia. Realizada abertura e curetagem do OE e trajeto fistuloso remanescente.
Resultados: O US‐3D demonstrou 3 fístulas Anais Trans‐esfincterica, localizada uma no quadrantes ânterolateral esquerdacom comprometimento de 60% da musculatura esfincteriana, duas outras no quadrante ânterolateral direito na posição para‐vaginal com comprometimento de 100% da musculatura esfincteriana. As pressões anais normais. Realizada a operação do LIFT conforme técnica descrita sem intercorrências. Pacientes apresentaram cicatrização completa no período máximo de 3 meses, sem complicações. Realizado novo US‐3D após 3meses da cicatrização, evidenciando fibrose no espaço interesfinctérico e no local do trajeto remanescente. Seguimento um ano.
Conclusão: A técnica cirúrgica foi eficaz com a vantagem da preservação esfincteriana em paciente do sexo feminino, jovem com e história previa de parto vaginal e fístula Trans‐esfinctérica complexa