Introdução: A videolaparoscopia tão difundida nos dias de hoje não é realidade em todos os hospitais em que se fazem cirurgias colorretais. Essas instituições devem contar com estrutura física, equipamento e equipe médica capacitada para esses procedimentos.
Objetivo: Analisar os resultados iniciais das primeiras cirurgias colorretais videolaparoscópicas feitas em hospital do interior de Minas Gerais.
Métodos: Estudo retrospectivo que incluiu pacientes submetidos a cirurgias colorretais videolaparoscópicas em hospital de cidade do interior de Minas Gerais de março de 2016 a junho de 2017.
Resultados: Incluídos 13 pacientes entre 34 e 82 anos. Cinco apresentavam adenocarcinoma de ceco/cólon ascendente; uma paciente evidenciou lesão in situ no ceco; três eram portadores de câncer de cólon sigmoide e três foram tratados para câncer de reto. Um paciente apresentou lesão tumoral no íleo terminal que após ileocolectomia evidenciou tratar‐se de tumor neuroendócrino. A conversão da via laparoscópica para laparotômica ocorreu em três pacientes (23%) devido a sangramento aumentado, obesidade intra‐abdominal e distensão de alças do intestino delgado. Onze pacientes (84%) apresentaram funcionamento intestinal (eliminação de flatos, evacuação, funcionamento da estomia) até o terceiro dia pós‐operatório (DPO). Mais da metade dos pacientes (69%) obteve alta hospitalar até o quinto DPO, seis (46%) foram liberados no terceiro dia após a cirurgia. A energia ultrassônica foi usada em 38% (cinco) dos procedimentos. Três pacientes apresentaram complicações Grau I (23%) e um (7%), Grau III, segundo a Classificação das Complicações Cirúrgicas de Clavien‐Dindo, que incluíram: infecção do trato urinário, retenção urinária, complicações com ferida operatória e desabamento de colostomia.
Conclusão: A cirurgia colorretal videolaparoscópica pode ser implantada em hospitais de cidades de pequeno/médio porte que contem com equipe treinada.