Área: Miscelâneas
Categoria: Estudo clínico não randomizado
Forma de Apresentação: Tema Livre (apresentação oral)
Objetivo(s): Relatar a experiência de um centro especializado na realização de proctocolectomia total (PCT) com anastomose bolsa ileal‐canal anal.
Método: Estudo retrospectivo, realizado por meio de coleta de dados dos pacientes assistidos pelo serviço de Coloproctologia em um hospital de Salvador‐BA. Foram incluídos os pacientes submetidos a PCT com anastomose bolsa ileal‐canal anal no período entre março de 2007 a outubro de 2018. As variáveis analisadas no estudo foram: idade, sexo, indicações cirúrgicas, realização de ostomia protetora, complicações precoces e tardias, reabordagens e reconstrução do trânsito intestinal.
Resultados: Onze pacientes foram submetidos a PCT com anastomose bolsa ileal‐canal anal no período estudado. Na amostra, sete pacientes eram homens, a idade variou de 36 a 68 anos, com média de 44,6 anos. As patologias relacionadas às indicações cirúrgicas foram: nove pacientes por Polipose Adenomatose Familiar (PAF) e dois pacientes por Colite Ulcerativa Idiopática (CUI). O tempo médio de internamento hospitalar foi de 11,5 dias. Quanto ao tipo de procedimento cirúrgico, dez pacientes (90%) foram submetidos à PCT com anastomose bolsa ileal‐canal anal e ileostomia derivativa de forma eletiva; um paciente, portador de CUI, foi submetido à colectomia total com ileostomia terminal na urgência, e em segundo tempo, proctectomia com anastomose bolsa ileal ‐ canal anal com ileostomia derivativa. Em todos os casos, foram confeccionadas bolsas do tipo J com sutura mecânica, sendo nove delas com dois disparos e duas com grampeamento único. A anastomose bolsa ileal‐canal anal foi mecânica em dez casos, com predominância do uso do grampeador circular 29mm (cinco casos) e em um caso, confecção manual. Quanto às complicações com necessidade de abordagem cirúrgica, um paciente apresentou fístula enterocutânea no pós‐operatório precoce, um evoluiu com estenose de anastomose bolsa ileal – canal anal tardiamente e um paciente cursou com abscesso subfrênico, após fechamento de ileostomia. Não houve óbito na amostra. Oito pacientes foram submetidos ao fechamento da ileostomia, incluídos os pacientes que apresentaram complicações cirúrgicas. O tempo para o fechamento de ileostomia variou entre 2meses a 3anos e 4meses. Dos outros três pacientes, dois encontram‐se em programação de fechamento da ileostomia e um faleceu por causas externas no pós‐operatório tardio.
Conclusão(ões): Embora o tamanho da nossa amostra seja pequeno, demonstramos nossa experiência e os bons resultados pós‐operatórios na confecção de bolsa ileal com duplo e único grampeamento para anastomose bolsa ileal‐canal anal em pacientes submetidos a PCT.