Introdução: A incidência de neoplasia de cólon em pacientes com doença inflamatória intestinal de longa data é aumentada em relação à população geral, embora ainda seja baixa.
Descrição: S.T.P., 55 anos, sexo feminino, retocolite ulcerativa desde 1987, em tratamento com sulfasalazina 3g/dia, com bom controle dos sintomas desde então. Em dezembro/2016 fez colonoscopia de rotina com achado de pancolite em atividade; em sigmoide, lesão elevada, de aspecto infiltrativo, ulceração central, media 20mm, cujo anatomopatológico revelou adenocarcinoma tubular moderadamente diferenciado invasivo. O estadiamento não mostrou lesões secundárias. A paciente então foi submetida a uma proctocolectomia total com bolsa ileal em J videolaparoscópica. Iniciou‐se com identificação e ligadura da artéria e veia ileocólica, dissecção medial para lateral, descolamento parietocólico à direita e abertura do intercólon epiplóico. São identificadas artéria e veia cólica média, clipadas. Após, mobiliza‐se o ângulo de Treitz, para identificação e ligadura da veia mesentérica inferior. O mesocólon esquerdo é dissecado, é liberado do retroperitônio, e termina‐se o descolamento do intercólon epiploico, libera‐se também o ângulo espênico. Identifica‐se e liga‐se a artéria mesentérica inferior. Libera‐se a goteira parietocólica esquerda, parte‐se para a dissecção do reto até o plano dos músculos elevadores. Optou‐se pelo grampeamento do reto através de uma incisão de Pfannenstiel. Pela mesma incisão, exterioriza‐se o cólon e é feito o grampeamento do íleo terminal. É confeccionada uma bolsa ileal em J. Em seguida, fecha‐se a incisão e a anastomose é feita sob visão laparoscópica; é exteriorizada ileostomia em alça de proteção. A paciente evoluiu sem intercorrências e recebeu alta no sétimo dia de pós‐operatório.
Discussão: A proctocolectomia total com bolsa ileal é um tratamento adequado para pacientes com doença inflamatória intestinal que se apresentam com neoplasia maligna do cólon e doença em atividade.
Conclusão: A proctocolectomia total com bolsa ileal videolaparoscópica é segura em pacientes com doença inflamatória intestinal.