Introdução: O câncer colorretal (CCR) representa a segunda principal causa de morte relacionada ao câncer em todo o mundo. Uma vez que a progressão da doença segue a sequência adenoma‐carcinoma, é altamente recomendada a investigação de lesões precoces como forma de prevenção da ocorrência de câncer. Tem sido observada alta sensibilidade com o teste imunoquímico fecal quantitativo (FIT) nos programas de rastreamento.
Objetivo: Avaliar os achados colonoscópicos, inclusive lesões neoplásicas e pré‐neoplásicas, em uma população com FIT positivo.
Métodos: Estudo‐piloto de um programa de rastreamento organizado para detecção de CCR através do FIT, em uma população numa área definida na cidade de São Paulo. De 10.000 pessoas estimadas, 4.496 já foram submetidas ao FIT. Foram convidados a participar do estudo indivíduos entre 50 e 75 anos, após assinatura do termo de consentimento informado. Pacientes com FIT positivo (≥ 50 ng/mL) foram encaminhados para colonoscopia. Lesões ≤ 2cm foram ressecadas no mesmo procedimento e as suspeitas de malignidade ou ≥ 2cm foram submetidas a biópsia ou encaminhadas para ressecção endoscópica ou cirúrgica.
Resultados: Tiveram FIT positivo 330 (7,4%) pacientes e foram encaminhados para colonoscopia. Desses, 207 já foram submetidos à colonoscopia, 140/207 (67,6%) mulheres. A média foi de 62 anos. A intubação cecal foi de 100% e a avaliação do preparo intestinal (Escala de Boston) correspondeu a 8 ou 9 em 96% dos pacientes. Em 22/207 (10,6%) foram diagnosticadas lesões malignas (9 avançadas; 13 precoces). A taxa de detecção de adenoma foi de 63,4%; 37 pacientes (31,9%) apresentaram dois até 16 adenomas. Outros achados incluíram doença diverticular e lesões vasculares.
Conclusões: 1) Os resultados parciais demonstraram alta taxa de detecção de adenoma em uma população FIT positivo; 2) O diagnóstico de lesões malignas reforça a importância do programa de rastreamento.