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Vol. 38. Issue S1.
Pages 38 (October 2018)
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Vol. 38. Issue S1.
Pages 38 (October 2018)
P161
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RECONSTRUÇÃO PERINEAL EM PACIENTE COM TUBERCULOSE PERIANAL E FÍSTULA RETOVAGINAL
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Fernanda Letícia Cavalcante Miacci, Mariane Christina Savio, Bianca Kloss, Maria Cristina Sartor, Antonio Sérgio Brenner, Antonio Baldin Júnior, Marssoni Deconto Rossoni
Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
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Introdução: A tuberculose é uma doença prevalente no Brasil. As formas extrapulmonares são mais raras (apenas 5% dos casos). A região perianal não é poupada pela doença, sendo descrita com frequência inferior a 1% dos casos. Em geral ocorrem ulcerações crônicas, secreção perianal persistente e dor local.

Descrição do caso: Paciente feminina, 34 anos, portadora do vírus HIV desde 2003, em uso regular de terapia antirretroviral. Em 2004 iniciou com quadro de secreção fecalóide via vaginal e ulceração crônica perianal. Através de biópsia e PCR para Mycobaterium tuberculosis foi diagnosticada tuberculose perianal e fístula retovaginal secundária.

Optado na ocasião por tratamento clínico e realização de sigmoidostomia em alça para desvio do trânsito intestinal. A paciente evoluiu com melhora da sintomatologia, apesar de permanecer com úlcera perineal crônica. Teve 2 gestações neste período e manteve o estoma em alça com bom funcionamento. Em 2017 exame sob sedação evidenciou úlcera anal crônica recoberta por tecido de granulação, parcialmente epitelizada se estendendo até a região coccígea, medindo 2 x 4cm, com exposição do aparelho esfincteriano do quadrante posterior direito. Haviam lesões de aspecto verrucoso na linha média posterior e persistência de fístula retovaginal próxima ao introito vaginal. Biópsias da região evidenciaram PCR negativo para Mycobacterium tuberculosia. Foi realizada exérese das lesões verrucosas e a histopatologia confirmou doença de Bowen.

Após 6 meses foi optado por reconstrução perineal cirúrgica, em conjunto com a equipe da cirurgia plástica. Foi realizada perineoplastia, exérese dos trajetos fistulosos e fechamento da úlcera através de retalhos cutâneos do glúteo. A paciente teve boa evolução pós‐operatória e está programando fechamento da colostomia.

Discussão e conclusão: A tuberculose extrapulmonar é rara. Embora as manifestações anorretais representem menos de 1% dos casos, seu diagnóstico é muitas vezes difícil e pode se confundir com o da doença de Crohn. O tratamento é clínico, mas a cirurgia deve indicada nos casos de fístulas ou abscessos. O tratamento cirúrgico pode ser complexo e, como no caso apresentado, há benefício da equipe multidisciplinar.

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Journal of Coloproctology

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