Introdução: A morbidade decorrente da reversão da derivação intestinal através de ileostomia em alça não é desprezível, a suboclusão intestinal, a infecção de ferida operatória e a deiscência de anastomose são as complicações mais frequentes.
Objetivo: Avaliar se o fechamento cutâneo com sutura em bolsa diminui as taxas de infecção de sítio cirúrgico quando comparados com fechamento linear primário.
Método: Estudo retrospectivo em um único centro de julho de 2015 a março de 2017. Analisados pacientes com diagnóstico de câncer colorretal, submetidos a ressecção do tumor primário com derivação intestinal temporária com ileostomia em alça e que posteriormente foram submetidos a reversão da derivação intestinal. Os pacientes foram divididos em dois grupos (grupo fechamento linear e grupo fechamento em bolsa). Foram avaliadas as complicações pós‐operatórias de infecção de ferida de sítio cirúrgico e investigados os possíveis fatores de risco para esta complicação.
Resultados: Foram avaliados 122 pacientes. O fechamento linear foi feito em 69 e em 53 foi feito fechamento com sutura em bolsa. A infecção de sítio cirúrgico ocorreu em 6,5% (8/122). No grupo do fechamento linear a taxa de infecção foi de 13,5% (8/59), o tempo cirúrgico médio foi de 83min, o tempo de internação hospitalar foi de 9,43 dias (4‐66) e o intervalo médio entre as cirurgias foi de 65,72 semanas. No grupo de fechamento em bolsa não ocorreu caso de infecção, o tempo médio de cirurgia foi de 107min, o tempo de internação foi de 8,24 dias e o intervalo médio entre as cirurgias foi de 61,87 semanas.
Conclusão: O fechamento em sutura em bolsa diminuiu a taxa de infecção de sítio cirúrgico em pacientes submetidos a fechamento de ileostomia.