Introdução: Há poucos estudos epidemiológicos sobre doenças inflamatórias intestinais em países em desenvolvimento. Porém, observa‐se um aumento da incidência dessa doença mundialmente, a qual afeta países antes considerados de baixo risco, como a Índia e outros países menos desenvolvidos.
Objetivo: Verificar se há correlação entre o número de internações por doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e colite ulcerativa) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil a cada ano estudado.
Métodos: Estudo transversal da população brasileira diagnosticada de acordo com o CID‐10 com doença de Crohn (K ‐50) e retrocolite ulcerativa (K‐51), de 1 de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2014. O instrumento de coleta de dados fornecido pelo Ministério da Saúde foi a Autorização de Internação Hospitalar. As variáveis do estudo foram: ano (2010 a 2014); unidades da federação brasileira; e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para cada unidade da federação segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para descrever as variáveis quantitativas com distribuição normal (Shapiro‐Wilk, p>0,05) usou‐se para descrever média, desvio‐padrão, mínimo e máximo. A análise dos dados foi feita no software estatístico Stata versão 11.0. Por se tratar de uma análise de dados secundários do Datasus, não é necessária a apreciação do comitê de ética devido à resolução do Conselho Nacional de Saúde 510/2016, artigo 1°, parágrafo único.
Resultados: Na análise descritiva por ano, as médias de internação e do IDH mantiveram‐se praticamente constantes de 2010 a 2014, o desvio‐padrão mostrou‐se relativamente elevado (207,46 a 224,76). A correlação entre o IDH e o número total de internações por doenças inflamatórias intestinais a cada ano mostrou‐se positiva e moderada, com um p significativo (p<0,01).
Conclusão: Há correlação positiva e moderada entre o número de internações por doenças inflamatórias intestinais e IDH no Brasil.