Área: Doenças Inflamatórias Intestinais
Categoria: Relatos de caso
Forma de Apresentação: Pôster
Introdução: Complicações vasculares como tromboembolismo arterial e venoso durante o curso da Doença Inflamatória Intestinal (DII) são relatadas e, de acordo com um estudo da Clínca Mayo, complicações tromboembólicas se desenvolveram em 1,3% dos pacientes com DII, com uma taxa de mortalidade de 50%. A prevalência de trombose da veia porta em DII é de 0,17%.
Objetivo: Relatar caso de trombose aguda de veia porta, sintomática, em paciente portador de Doença de Crohn (DC) em pós-operatório (PO) de Ileocolectomia.
Descrição do caso: Paciente do sexo masculino, 36 anos, portador de DC desde 2004 com tratamento clínico irregular, em uso de Adalimumabe há um ano, já havia feito uso de mesalazina e corticoide, mantendo sintomas de dor abdominal e diarreia. Em 2018 diagnosticado por colonoscopia e enteroressonância com estenose de válvula ileocecal, fístulas entero-entéricas e entero-retal. Submetido à ileocolectomia direita, rafia de reto e colostomia em alça de sigmoide. Recebeu alta no 7° dia de PO, assintomático. No 9° dia de PO evoluiu com irritação peritoneal, distensão abdominal, náuseas e febre. Em tomografia computadorizada de abdome e pelve com contraste venoso foi evidenciada presença de moderada quantidade de liquido livre em cavidade abdominal e trombose parcial de ramos direito e esquerdo de veia porta. Devido piora do quadro clínico do paciente, foi realizado laparotomia exploradora, sendo identificado liquido ascítico em grande quantidade na cavidade abdominal e anastomose íleo-transverso íntegra, sem outras alterações. Paciente evoluiu bem no PO, tornou-se assintomático após anticoagulação sistêmica e se recuperou sem intercorrências. Recebeu alta no 7° dia de PO, com rivaroxabana por seis meses.
Discussão e Conclusão(ões): Nosso caso sugere que, apesar de a trombose da veia porta ser um evento já reconhecidamente associado à DII, deve-se atentar para quadros agudos que podem apresentar sintomatologia muitas vezes semelhante às manifestações esperadas da DII, o que pode atrasar o diagnóstico e o tratamento adequado.