Introdução: O adenocarcinoma de apêndice é uma entidade rara e representa cerca de 0,2% a 0,5% de todas as neoplasias gastrointestinais, acomete o sexo masculino na proporção de 5:2, incide principalmente entre a sexta e sétima décadas de vida e geralmente a suspeita diagnóstica é feita no intraoperatório, o diagnóstico pré‐operatório na maioria das vezes não é feito.
Relato de caso: Paciente feminina, branca, 43 anos, sem histórico de câncer na família. Após intensa dor em fossa ilíaca direita associada a vômitos e febre com diagnóstico de apendicite aguda, foi submetida em 01/02/2017 a apendicectomia com visualização de apêndice cecal perfurado e abscesso retroperitoneal. A análise anatomopatológica evidenciou adenocarcinoma invasor com margens radiais comprometidas. A tomografia computadorizada de abdome para estadiamento mostrava apenas uma coleção em goteira direita próximo ao músculo psoas. Em 15/03/2017 foram feitas ileocolectomia direita e linfadenectomia com invasão de ceco até a crista ilíaca (adenocarcinoma metastático), avaliado em T4N2Mx, ressecção a R2. Atualmente encontra‐se em acompanhamento com a oncologia clínica e faz sessões de quimioterapia com esquema Folfox.
Discussão: Em muitos casos o paciente apresenta clínica que sugere apendicite aguda e o diagnóstico de adenocarcinoma se dá por diversas vezes somente no estudo anatomopatológico sem suspeição prévia. Nessa paciente, a tomografia de abdome evidenciou uma coleção em goteira direita sem sinais de invasão metastática, porém foi identificada no intraoperatório invasão de crista ilíaca direita não detectada em exames no pré‐operatório.
Conclusão: Exames de maior acurácia para detecção de metástase no estadiamento pré‐operatório são necessários para um diagnóstico mais preciso e direcionar o tratamento adjuvante.