Introdução: O câncer de cólon é um dos mais comumente diagnosticados em todo o mundo e embora tenha se observado um aumento de sua incidência nos últimos anos, ocorreu também uma grande melhoria em seu prognóstico devido ao desenvolvimento e aprimoramento dos métodos diagnósticos e terapêuticos. A sobrevida global, entretanto, pode ser seriamente encurtada devido à presença de metástases a distância durante o seguimento. O fígado é o sítio mais comum de metástases metacrônicas, seguido do pulmão e relatos esporádicos também descrevem o baço, tireoide, estômago, trato urinário e parede abdominal. Apresentamos um caso raro de câncer de cólon transverso com metástase metacrônica em mesorreto.
Relato de caso: Paciente masculino, 59 anos, com história de neoplasia em cólon transverso proximal diagnosticada em 2014. Estadiamento pré‐operatório não demonstrou metástases a distância ou tumores sincrônicos. Níveis de CEA normais. Foi submetido a ileocolectomia, anatomopatológico evidenciou adenocarcinoma moderadamente diferenciado que invadia a gordura pericolônica, com invasão angiolinfática e metástase em um linfonodo de 35 ressecados (T4). Fez adjuvância e, após dois anos de seguimento, tomografia de controle demonstrou nódulo perirretal à direita, de 2,4 x 2,1cm, mais provavelmente relacionado à linfonodomegalia patológica. Demais exames sem alterações. Feito controle radiológico em três meses com aumento das dimensões da lesão para extensão de 4,1 x 3,5 x 3,8cm. Devido a forte suspeita de recidiva neoplásica, foi submetido a retossigmoidectomia e colostomia terminal. AP: adenocarcinoma pouco diferenciado em tecido mesorretal com invasão da parede retal, sem comprometer a mucosa, invasão angiolinfática e perineural e com limites circunferencial/distal comprometidos. Avaliado pela oncologia e radioterapia, que indicaram tratamento paliativo.
Conclusão: Metástases metacrônicas de tumores colônicos localizadas no mesorreto são extremamente raras. A via de disseminação é desconhecida, embora a via linfática seja a mais aceitável. Acredita‐se que o fluxo linfático apresente um padrão mais difuso de disseminação, deve‐se dar a devida atenção para o mesorreto no seguimento oncológico.