Introdução: Fístulas anais são caracterizadas por trajetos que comunicam duas superfícies epitelizadas, canal anal com pele perianal, ou perineal como consequência de um abscesso anorretal. A diversidade de apresentação dos abcessos perianais explica as múltiplas possibilidades dos trajetos fistulosos, mais comumente classificados em interesfincterianas, transesfincterianas, supraesfincterianas e extraesfincterianas. O plug anal é confeccionado a partir de matriz extracelular da submucosa intestinal de suínos composta por fibras colágenas, glicosaminoglicanos, proteoglicanos, glicoproteínas e fatores de crescimento que podem se tornar biocompatíveis com o tecido do hospedeiro entre quatro e 12 semanas.
Objetivo: Relatar o caso de uma fístula complexa tratada com plug anal.
Relato de caso: Paciente masculino, 46 anos, notou havia dois anos abaulamento com sinais flogísticos e posterior drenagem espontânea de secreção purulenta, em nádega direita. Desde então permanecia saída de secreção, com episódios intermitentes semelhantes ao da primeira crise. Ao exame proctológico: Inspeção ‐ orifício externo posterior direito a 6cm da borda anal, trajeto curvilíneo para borda anal mediana posterior, sem saída de secreção; Toque ‐ normotônico, fibrose mediana posterior, pode corresponder a orifício interno; Retossigmoidoscopia ‐ até 15cm mucosa visualizada sem alteração. Cliente foi então submetido à correção da fístula com plug anal, em 06/10/16.
Resultados: No terceiro mês de pós‐operatório apresentava orifício externo fechado, fissura residual mediana posterior, na borda anal, correspondente à área de sutura por sobre a extremidade interna do plug, tratada com aplicação de albocresil.
Conclusões: A taxa de sucesso com uso desse dispositivo vária entre 13,9 e 83%, prejudica a feitura de novos procedimentos para tratamento da fístula, surge como opção para doenças complexas e com comprometimento importante da musculatura esfincteriana anal.