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Vol. 38. Issue S1.
Pages 38 (October 2018)
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Vol. 38. Issue S1.
Pages 38 (October 2018)
P162
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RELATO DE CASO: ESQUISTOSSOMOSE COLONICA
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Vitor Rafael Pastro, Raul Marques Bispo Junior, Ana Carolina Soadotto Guerriero, Flavia Coura, Veridiana Campos, Alexandre Venancio Souza, Mateus Nobile Salemme
Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, Jundiaí, SP, Brasil
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Introdução: Esquitossomose é uma doença infecto‐contagiosa causada por helmintos do gênero Shistossoma, sendo o S. mansoni o agente responsável pela doença no Brasil. A sintomatologia pode variar. No período inicial o paciente pode apresentar desde febre, diarréia, cefaléia, astenia, dor abdominal, hematoquezia, até ser assintomática. Em casos com grande carga parasitária pode ocorrer a forma pulmonar micronodular com disseminação dos ovos nos pulmões ou a infecção pode se tornar invasiva, com quadro clínico de abdômen agudo com ascite e grande distensão abdominal.

Relato do Caso: Paciente, sexo masculino, 28 anos, natural de Alagoas, procedente de Jundiaí‐SP, deu entrada no pronto socorro com dores em hipogástrio associadas a vômitos há um mês com piora progressiva da dor e posterior migração para fossa ilíaca direita há uma semana. Ao exame físico apresentava‐se estável com dor a palpação de fossa ilíaca direita, sem sinais de peritonite. A tomografia de abdome total mostrou sinais inflamatórios localizados em fossa ilíaca direita envolvendo íleo terminal e ceco associados a coleção local sugerindo processo inflamatório/infecciosos. A laparotomia exploradora que evidenciou sigmoide aderido ao ceco, espessamento do íleo terminal e sinais inflamatórios crônicos não permitindo a visualização do apendice cecal. Ressecado linfonodo localizado junto ao íleo terminal e apendice epiploico sigmoideano. O exame anatomopatológico descreveu linfadenite crônica reacional no linfonodo e processo inflamatório crônico granulomatoso envolvendo material refringente consistente com ovo de esquistossoma no apêndice epiploico. Paciente com boa evolução clínica, liberado com orientações para uso de Praziquantel e acompanhamento ambulatorial.

Discussão: Casos de esquitossomose com repercussão clínica de abdome agudo inflamatório (AAI) são raros. O paciente apresentava clínica sugestiva de AAI e intraoperatório condizente com inflamação difusa intestinal. A escolha no ato cirúrgico da não manipulação excessiva das alças, optando‐se por uma conduta conservadora com biopsia linfonodal e dos apêndices epiploicos, ao invés da realização de apendicectomia propriamente dita (visto apendicite aguda ter sido a hipótese diagnóstica inicial que levou o paciente a ser abordado). Tal escolha levou ao diagnóstico definitivo e ao melhor tratamento para o doente, sem intervenções excessivas para o mesmo, que não lhe trariam benefício.

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Journal of Coloproctology

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