Journal Information
Vol. 38. Issue S1.
Pages 30-31 (October 2018)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 38. Issue S1.
Pages 30-31 (October 2018)
P148
Open Access
RELATO DE CASO: HIDRADENITE SUPURATIVA CRÔNICA MALIGNIZADA
Visits
...
Roberta Krause Romero, Eduardo José Rodrigues Palma, Márcia Sittoni Vaz, Lucas Zago Scopel, Bárbara Elias Prado, Rummenig Ferreira Desidério, Lucas Werner Barp
Hospital Tereza Ramos, Lages, SC, Brasil
Article information
Full Text

Introdução: A hidradenite supurativa (HS) é uma doença crônica, decorrente da infecção de glândulas sudoríparas apócrinas. Sua etiopatogenia ainda não é bem conhecida, sendo por vezes associada a distúrbios endócrinos, anormalidades imunológicas, hereditariedade e higiene precária. Há fatores desencadeantes exógenos físicos, como vestes muito justas e depilações; e químicos, como desodorantes, antitranspirantes e líquidos depilatórios. As principais localizações são axilar, inframamária, retroauricular, inguinal e perineal. As lesões perineais, glúteas e sacrais são pouco frequentes, porém, quando são crônicas, extensas e recidivantes, necessitam atuação multidisciplinar, principalmente do coloproctologista e cirurgião plástico. A forma crônica da HS apresenta‐se clinicamente com fístula cutânea, abscessos recorrentes que levam a uma fibrose, cicatriz hipertrófica e induração. A doença é mais frequente no homem e manifesta‐se com maior intensidade na fase adulta. Como fatores de risco, podemos destacar tabagismo e obesidade, que quando sobrepostos, estão associados a condições mais severas. O tratamento conservador é ineficaz nas formas mais exuberantes com lesões crônicas extensas, sendo necessária a realização de tratamento cirúrgico, que possibilita a cura da doença. É indicada a ressecção radical, e a cicatrização se processa por fechamento primário, segunda intenção, por enxerto ou rotação de retalho. Em estudos epidemiológicos, foi relacionado o aumento da incidência de carcinoma espinocelular nos pacientes com quadros crônicos, principalmente em região glútea, além câncer bucal e carcinoma hepatocelular.

Relato do caso: Paciente de 62 anos, tabagista, portador de HS de longa data (20 anos), acometendo regiões inguinal, perineal, escrotal e glútea, apresentou à biópsia de lesão ulcerada em região inguinal presença de carcinoma espinocelular. Foi submetido a resseção ampla em dois blocos, com cicatrização por segunda intenção.

Discussão: A transformação de HS crônica em carcinoma escamoso é considerada a complicação mais severa da HS. A prevalência de carcinoma escamoso associado à HS é de aproximadamente 4,6%, sendo mais comum em homens. Outros fatores de riscos potenciais estão sendo considerados na transformação maligna, como tabagismo e infecção pelo papilomavirus humano (HPV).

Conclusão: Como descrito na literatura, o paciente relatado se enquadra no perfil epidemiológico da malignização da HS, que é a complicação mais temida da doença.

Idiomas
Journal of Coloproctology

Subscribe to our newsletter

Article options
Tools