Introdução: Os tumores de células granulares são relativamente raros e podem estar presentes em qualquer tecido do corpo. É comum em cavidades orais e tecidos subcutâneos, porém incomum no cólon e no reto. Esses tumores, quando presentes no cólon, são assintomáticos e considerados achados de exames endoscópicos. Apresentam‐se como uma imagem nodular arredondada, menores do que 2cm.
Descrição do caso: Paciente masculino de 54 anos, submetido a colonoscopia de screening para câncer colorretal. Durante o procedimento, foi evidenciado pólipo de 6mm no cólon ascendente ressecado completamente com pinça de biópsia. O diagnóstico morfológico foi de tumor de células granulares. A imuno‐histoquímica complementar evidenciou a expressão do marcador S‐100, sinaptofisina e CD68.
Discussão: Os tumores granulares podem ocorrer em qualquer órgão do corpo. No trato gastrointestinal são raros, o esôfago é o mais acometido, seguido do cólon e do estômago. Em séries de casos descritas anteriormente, evidenciamos que o tumor, quando colorretal, é mais frequente no cólon ascendente e no reto. Endoscopicamente, são nódulos de submucosa, de coloração amarelada ou amarelo‐esbranquiçada ou pólipos sésseis. Os achados histológicos são essenciais para determinar o diagnóstico. A variante maligna do tumor de células granulares já foi reportada na literatura. O tamanho do tumor acima de 4cm, crescimento rápido e invasão de estruturas adjacentes estão relacionados com a variante maligna. Outros achados, como necrose celular, atipia, alto índice e mitose, também estão relacionados. A ressecção endoscópica é aceitável para o tratamento dos tumores de células granulares, desde que não preencha critério da variante maligna.
Conclusão: Os tumores menores do que 2cm, que não invadem a submucosa, são, na maioria dos casos, passíveis de ressecções endoscópicas. Entretanto, se há alguma suspeita de malignidade, ou lesões não completamente ressecadas, o tratamento cirúrgico deve ser instituído.