Introdução: Tumores sincrônicos são aqueles que não podem ser considerados metástase, invasão ou recorrência do primeiro, tendo como intervalo entre o diagnóstico do segundo tumor primário menos que seis meses. Pólipos sincrônicos ocorrem em até 18 a 27% dos casos. No caso de tumores malignos, essa frequência é de 1,5 até 8%.
Os tumores carcinoides são neoplasias malignas raras que se originam do sistema neuroendócrino localizado em diferentes órgãos do aparelho digestivo. As mais frequentes sedes de tumores neuroendócrinos são o trato gastrintestinal (73,7%) e o sistema respiratório (25,1%). No aparelho digestivo, os principais órgãos afetados são intestino delgado, apêndice cecal e reto.
Relato do caso: Paciente de 50 anos, tabagista, hipertensa e com história de constipação de longa data, foi diagnosticada com neoplasia de cólon transverso e submetida a colectomia direita ampliada com anastomose íleo‐colônica látero‐lateral. Apresentou ao estudo anatomopatológico, presença de tumor carcinoide de apêndice cecal sincronicamente ao adenocarcinoma de cólon transverso.
Discussão: Tumores colorretais sincrônicos são raros, e quanto ao envolvimento do apêndice, há apenas um caso relatado na literatura descrevendo adenocarcinoma mucinoso de apêndice sincrônico a adenocarcinoma de reto. Geralmente os tumores carcinoides do apêndice são encontrados incidentalmente durante laparotomia ou laparoscopia, e em alguns casos surge dúvida no diagnóstico diferencial com apendicite aguda, sendo que 50% dos pacientes apresentam‐se assintomáticos.
Conclusão: Conclui‐se, após levantamento de dados, que a presença de tumor sincrônico de apêndice cecal e cólon transverso é condição única descrita na literatura, sobretudo tratando‐se de tumores de origens embriológicas diferentes.