Introdução: O antígeno carcinoembrionário (CEA), proteína sintetizada naturalmente pelas células que recobrem o trato gastrointestinal fetal, é também produzida normalmente, mas em pequenas quantidades, nos adultos. Níveis séricos elevados da substância podem indicar acometimento do trato gastrointestinal, especialmente no câncer colorretal (CCR). O CCR apresenta hoje altos índices de mortalidade e projeções de aumento para os próximos anos, sendo então uma enfermidade de extrema relevância. Esse marcador atualmente é uma das ferramentas utilizadas principalmente no seguimento após terapia, na detecção precoce de recidivas e metástases tumorais, podendo representar valor prognóstico.
Objetivo: Avaliar o perfil do CEA nos doentes diagnosticados com CCR e seu comportamento frente aos diferentes estádios clínicos.
Material e método: Foram avaliados os prontuários dos pacientes com CCR atendidos entre janeiro e dezembro de 2017 no ambulatório de coloproctologia e que possuíam dosagem de CEA no momento do diagnóstico, totalizando 100 pacientes. Correlacionou‐se os valores de CEA com a localização anatômica tumoral, com o estádio clínico dos pacientes e com a presença de doença metastática.
Resultados: O CEA estava normal em 56% dos casos. Observou‐se elevação em 9,52% dos pacientes com estádio clinico I; 34,29% com estadio II; 69,57% com estádio III e 76,92% no estádio IV. Dentre as neoplasias localizadas no reto, em 60,53% dos casos o marcador se mostrou elevado. Já nas neoplasias do hemicolon esquerdo em apenas 22,58% e do hemicolon direito 38,71%. Nas neoplasias metastáticas (13%) o CEA estava elevado em 84,62%.
Discussão e conclusões: Apesar de ter baixa sensibilidade no momento diagnóstico do câncer colorretal e ter pouca contribuição no seguimento dos estadios precoces, deve‐se ressaltar que tem valor importante na avaliação do prognóstico nos casos avançados. Dentre os pacientes avaliados, o reto foi o local associado a maior porcentagem de CEA elevado.