Área: Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas/Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais
Categoria: Pesquisa básica
Forma de Apresentação: Tema Livre (apresentação oral)
Objetivo(s): Avaliar os resultados clínicos imediatos após reabaixamento de cólon empregando via de acesso cirurgia minimamente invasiva, em pacientes que cursaram com complicação de anastomose após ETM videolaparoscópica.
Método: Análise retrospectiva de registro prospectivo em um serviço especializado em cirurgia oncológica colorretal minimamente invasiva de pacientes operados entre 2016 e 2019.
Resultados: Oitenta e um pacientes com câncer do reto foram submetidos a ETM lap no período pela mesma equipe cirúrgica. Desses, 61 (76%) foram submetidos a tratamento neoadjuvante. Nove pacientes (11%) evoluíram com complicação da anastomose e abscesso pélvico. Todos foram tratados com antibioticoterapia e drenagem com resolução. Sete (64%) dos pacientes com complicação de anastomose necessitaram de resgate por meio de reabaixamento e reanastomose coloanal. Dos pacientes submetidos a reabaixamento de cólon, 4 (44%) eram do sexo feminino e 3 (33%) do sexo masculino, com média de idade de 50 (30‐69) anos. Quatro (44%) necessitaram de drenagem percutânea de abscessos. O intervalo de tempo médio entre a ETM lap e o diagnóstico de complicação foi de 16 semanas (1‐60). O intervalo de tempo médio entre o diagnóstico de complicação e a o reabaixamento foi de 44 semanas (1‐137). Não foi relatada nenhuma complicação intraoperatória ou pós‐reabaixamento. Dos pacientes submetidos ao fechamento da ileostomia, o intervalo de tempo médio entre o reabaixamento e o fechamento da ileostomia foi de 22 (8‐40) semanas. O intervalo de tempo médio entre a ETM lap e a indicação de tratamento adjuvante para os pacientes que tiveram reabaixamento foi de 6 (4‐16) semanas.
Conclusão(ões): A ocorrência de complicações após excisão total do mesorreto videolaparoscópica (ETM lap) em pacientes com neoplasia de reto localmente avançado e submetidos a tratamento neoadjuvante pode atingir 20% dos casos. Significativa morbidade e muitas intervenções que envolvem derivação intestinal são requeridas para o manejo dessa complicação. Ainda, há impacto sobre a segurança oncológica como resultado do atraso no início do tratamento adjuvante. Dependendo da apresentação, o manejo inclui a necessidade de reintervenção e reconstrução. Porem, foi demonstrado que a opção de resgate da insuficiência da anastomose coloanal em pacientes com câncer do reto localmente avançado e submetidos a ETM lap é viável e segura e pode ser conduzida sem nenhuma morbidade específica associada à técnica de resgate.