Introdução: A neuromodulação sacral é uma terapia minimamente invasiva indicada para o tratamento das disfunções anorretais. O uso da neuromodulação sacral, através do implante de um marcapasso, vem modificando o algoritmo de tratamento das diferentes disfunções anorretais e urinárias.
Objetivo: Avaliar prospectivamente os resultados da neuromodulação para o tratamento das disfunções anorretais e urinárias.
Métodos: Entre setembro de 2013 e junho de 2017, 19 pacientes com disfunção anorretal foram avaliados clinicamente e através de índice de incontinência (CCF), escore de constipação e instrumento de qualidade de vida (FIQL), além de manometria anorretal e ultrassonografia de canal anal. Pacientes com grande prejuízo de sua qualidade de vida e índice de incontinência superior a 15, que não responderam ao tratamento conservador e biofeedback com 10 sessões foram encaminhados para implante de eletrodo para fase de teste. Os pacientes que responderam com redução de 50% ou mais dos episódios de incontinência foram encaminhados para implante definitivo do marcapasso Interstim II.
Resultados: Foram submetidos 17 pacientes do sexo feminino e dois do masculino a implante de marcapasso sacral em S3, devido a incontinência fecal, urinária ou constipação. Todos os pacientes apresentaram melhoria clinica avaliada por diários de evacuação, índices de incontinência e constipação. Complicações ocorreram em três casos: um hematoma e dois pacientes apresentaram infecção no sítio de implante do gerador e após seis meses de neuromodulação necessitaram de retirada do marcapasso sem comprometimento do resultado funcional até o presente momento.
Conclusão: A neuromodulação sacral é uma terapia segura e eficaz. O sucesso da terapia está relacionado à seleção dos casos e à colocação do eletrodo em sua melhor posição.