Objetivo: Descrever a experiência do nosso serviço, com os resultados do procedimento cirúrgico videolaparoscópico para tratamento de endometriose profunda com acometimento intestinal e as taxas de complicações.
Método: Foi realizado um estudo retrospectivo através da análise de prontuários de pacientes com endometriose profunda com acometimento intestinalque foram submetidos a tratamento cirúrgico laparoscópico pela técnica NOSE (retirada por orifícios naturais) ou ressecção discóide, entre o período de novembro de 2015 e maio de 2018.
Resultados: Foram analisados 34 prontuários, o qual todos os pacientes deste estudo apresentavam endometriose profunda com acometimento intestinal, os resultados obtidos no nosso serviço foram: a idade variou entre 28 e 47 anos, o tempo cirúrgico variou entre 180‐ 370 minutos, foram realizados 27 casos com retirada do tecido acometido pela endometriose por orifícios naturais (NOSE), e 7 casos com ressecção discóide,o tempo de internação hospitalar variou entre 3‐ 6 dias, apresentamos complicações em 4 casos (13,6%), sendo 1 caso (3,4%) caso de hemorragia, 1 caso (3,4%) de fístula de cúpula, 1 caso (3,4%) de lesão ureteral, 1 caso (3,4%) de fístula de anastomose sendo necessária a realização de ileostomia no pós operatório, nenhuma conversão foi necessária, todos os pacientes seguem em acompanhamento ambulatorial em conjunto com a ccoloproctologia e ginecologia, evoluem estáveis, com melhora clínica significativa da dor, sem recidiva da doença. Técnicas minimamente invasivas, com retirada de tecido acometido pela NOSE como, ânus e vagina, tem menos complicações e tem se tornado uma alternativa diminuindo o tempo de internação, com baixa porcentagem de complicações. A ressecção intestinal para endometriose por laparoscopia tem demonstrado alternativa de melhor escolha considerando redução nas queixas e nas complicações pós‐operatórias.
Conclusão: O tratamento da endometriose, na maioria dos casos é clínico, porém quando há falha no tratamento, ou há endometriose profunda, o tratamento cirúrgico passa a ser o mais indicado, sendo a laparoscopia o padrão ouro.