Área: Doenças do assoalho pélvico/Fisiologia Intestinal e Anorretocólica
Categoria: Estudo clínico não randomizado
Forma de Apresentação: Pôster
Introdução: A incontinência fecal é uma alteração funcional que leva a perda involuntária de fezes, sendo uma queixa de alta prevalência nos consultórios de coloproctologia, com importante impacto social para o indivíduo. A manometria anorretal é uma ferramenta diagnóstica nos pacientes com alterações e distúrbios anorretais, que permite programação e acompanhamento das condutas propostas. A análise manométrica nos casos de incontinência anal, tem como ponto fundamental determinar de forma prática o grau e severidade da incontinência através de dados que avaliam valores de pressões de esfíncter anal externo e interno, dentre outros parâmetros.
Objetivo: Analisar resultados manometricos anorretais de 69 pacientes com queixa de incontinência fecal, entre maio de 2018 e maio de 2019, avaliando parâmetros como tônus do Esfincter anal interno, contratilidade do esfíncter anal externo, idade, sexo, e número de partos por via vaginal nas mulheres.
Método: Realizada revisão de prontuário, ficha de triagem de manometria e laudos manométrico de maio de 2018 e maio de 2019. Foram selecionados 85 pacientes no total, sendo excluídos 16 pacientes por dados insuficientes. Os pacientes foram submetidos a manometria ano retal pela técnica de perfusão de água, com o equipamento ALACER de 8 canais, com aferições realizas a intervalos de 1cm a partir de 6cm da borda anal.
Resultados: Dos pacientes avaliados, 12% eram do sexo masculino. Desses 35% cursavam com normotonia e hipercontratilidade, 50% com hipotonia e normocontratilidade, penas 12% apresentavam de fato hipotonia severa. Mulheres somaram 88% dos pacientes, destas 41% tinham esfíncter interno normotônico, 55% apresentaram hipotonia e 5% cursaram com hipertonia do EIA. Ainda entre as mulheres, 29,5% apresentaram hipercontratilidade e 46% hipocontratilidade. Dentre as pacientes com hipotonia e hipocontratilidade severa (25% do total), 75% apresentavam média de parto vaginal igual ou superior a 6.
Conclusão(ões): Verifica‐se que parte dos pacientes sintomáticos cursam com pressões esfincterianas aumentas, sendo questionado o diagnóstico diferencial entre incontinência e swollen, considerando que ambos possuem em comum a queixa de escape de resíduo fecal em roupas intimas. Verifica‐se este dado principalmente nos pacientes do sexo masculino. Entre as mulheres, o dado manométrico com maior relação a queixa de incontinência foi a hipotonia do EIA, sendo esta hipotonia severa em pacientes com maior paridade. Conclui‐se que o exame manométrico é exame de grande valia no diagnóstico diferencia de pacientes com queixa de incontinência. A queixa de incontinência esteve relaciona principalmente com as pressões de repouso. Ressalta‐se ainda o maior grau de severidade da disfunção do assoalho pélvico em mulheres multíparas.