Introdução: Há múltiplas opções técnicas para a correção das fístulas retovaginais (FRV) na doença de Crohn (DC). A mais usada é a rotação de retalho de avanço retal, porém os resultados nas fístulas secundárias à DC são inferiores aos encontrados nas fístulas por outras etiologias. Entre as técnicas com interposição tecidual, o retalho de Martius se destaca como técnica perineal com resultados promissores, principalmente em pacientes com cirurgias de retalho de avanço prévias. O objetivo do presente vídeo é demonstrar a feitura da cirurgia do retalho de Martius para correção de FRV em portadora da DC e discutir os passos técnicos detalhadamente.
Descrição técnica: Os autores demonstram a feitura da técnica em seus diversos passos. Inicialmente, cateterização vesical e uso de afastador Lone‐star. Posteriormente, procede‐se à abertura da vagina na parte posterior, com dissecção do septo retovaginal até 2cm cranialmente ao orifício da fístula. Faz‐se uma sutura na parede muscular retal em X com fio absorvível. Prossegue‐se com a abertura da pele 1cm lateralmente ao grande lábio, com incisão vertical com cerca de 6cm, com dissecção do músculo bulbocavernoso e mantém‐se seu pedículo inferior. Através de um túnel subcutâneo roda‐se o retalho por sobre o local prévio da fístula, é suturado com fios inabsorvíveis sobre o septo retovaginal. Encerra‐se o procedimento com o fechamento da vagina com fio inabsorvível.
Conclusões: O retalho de Martius é uma opção consistente no manejo das FRV complexas, mesmo em casos com retalhos mucosos prévios, em portadoras de DC.