O prolapso de reto é definido como a exteriorização do reto através do ânus. No prolapso completo, o segmento exteriorizado assume a forma de um cone, expondo todas as camadas da parede retal, geralmente, maior que 5cm. Estudos epidemiológicos estimam uma incidência de 2,5 casos para 100.000 habitantes mais frequente em mulheres e idosas, e à multiparidade. Porém, pode ainda estar presente em extremos de idade, na infância, e em adultos, inclusive do sexo masculino e, em pacientes psiquiátricos. Sua fisiopatologia está relacionada a algumas alterações anatômicas, caracterizada por intussuscepção de toda parede do reto, associado a presença de fundo de saco anormalmente profundo; sigmoide redundante; hipotonia do assoalho pélvico; mesorreto móvel; fraqueza dos esfíncteres anais e elevadores do ânus; neuropatia do nervo pudendo e frouxidão dos ligamentos laterais do reto. Afeta consideravelmente a qualidade de vida dos indivíduos, por ter principalmente a constipação e incontinência como sintomas envolvidos, além da dor e sangramentos. A simples presença do reto prolapsado determina dificuldade na continência, uma vez que o orifício anal encontra‐se permanentemente entreaberto, permitindo a perda involuntária de gases, muco e fezes. O estudo fisiológico do canal anal deve ser realizado, sempre que possível, com o intuito de investigar a dinâmica funcional da musculatura do assoalho pélvico e, poderá assim, contribuir para a melhor compreensão dos distúrbios relacionados à continência e aos mecanismos etiopatogênicos da enfermidade, e modificar a proposta terapêutica. Em relação ao tratamento, que é somente cirúrgico, tem o objetivo de evitar o prolapso propriamente dito, restabelecer a continência anal, tratar a constipação intestinal, quando possível e presente e, controlar os distúrbios evacuatórios. Existem diversas técnicas, tanto de abordagem perineal, quanto via abdominal, e ou a associação de ambas. A retossigmoidectomia perineal (cirurgia de Altemeier) é baseada na remoção completa do reto, por via perineal, indicada principalmente para pacientes idosos, com várias comorbidades, de alto risco cirúrgico. Apresenta baixos índices de complicação pós operatória, porém com grau de recidiva chegando até 16%. Temos como objetivo, apresentar um vídeo mostrando que a técnica proposta acima é factível, principalmente, numa doente, idosa, ASA 3, que apresentava prolapso completo do reto, vida social reclusa devido as consequências da doença em questão.
Journal Information
Vol. 38. Issue S1.
Pages 189 (October 2018)
Vol. 38. Issue S1.
Pages 189 (October 2018)
VL58
Open Access
RETOSSIGMOIDECTOMIA PERINEAL (CIRURGIA DE ALTEMEIER) ASSOCIADA À PLASTIA DOS ELEVADORES PARA O TRATAMENTO DE PROLAPSO COMPLETO DO RETO
Visits
...
Lucas de Sena Leme, Bruna Zini de Paula Freitas, Brunno Augusto Jose da Costa, Roberta Lais dos Santos Mendonça, Danilo Toshio Kanno, Carlos Augusto Real Martinez
Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus, Bragança Paulista, SP, Brasil
Article information
Full Text