Introdução: O espaço retrorretal (presacral) não é uma localização comum para tumores neoplásicos. O hamartoma cístico retrorretal (HCRR) consiste de uma lesão benigna congênita rara, de padrão geralmente multicístico, que acomete usualmente mulheres de meia idade, com incidência variando entre 1:40000 e 1:63000. Apesar da possibilidade de origem congênitaderivada dos remanescentes embrionários pós‐anais do intestino (intestino posterior), podem ser também decorrentes de processo inflamatório crônico local. Felizmente seu potencial de malignidade é extremamente raro.
Objetivo: Relatar uma série de casos de harmatoma cístico retrorretal.
Métodos: Análise retrospectiva de 3 casos de HCRR operados por equipe cirúrgica homogênea em Campinas‐SP. Pacientes com idade entre 27 a 57 anos por acesso posterior(técnica de Kraske) após ressonância magnética. O diagnóstico foi confirmado posteriormente por histologia.
Resultados: Primeiro caso paciente com queixa de secreção constante em região perianal, com histórico cirúrgico, há 3 anos, de abscesso na mesma localização, devido à tumor pré‐sacral abaulando o reto. Segundo caso abordada previamente devido a cisto pilonidal infectado, retornando ao serviço com quadro séptico, coleção purulenta dissecando região paravertebral e glútea à esquerda, e sinais de osteomielite em cóccix, submetida à excisão completa da lesão e à coccectomia devido à osteomielite local. Terceiro caso apresentou‐se em consulta com queixa de tenesmo constante e dor ao evacuar, após exame de imagem foi submetida à cirurgia com excisão completa da lesão. Submetidas à ressonância magnética de pelve, com presença de tumoração retro‐retal e abordagem cirúrgica posterior (Cirurgia de Kraske). Diagnóstico compatível com hamartoma cístico ao estudo histopatológico. Ausência de sinais de malignidade nos materiais analisados, com conclusão diagnóstica de Hamartoma Cístico retro‐retal (pré‐sacral), associado a processo inflamatório crônico. As pacientes mantém segmento em consultas periódicas, com boa evolução clínica, sem recidiva das lesões, sem incontinência fecal ou demais sequelas devido ao procedimento cirúrgico.
Conclusão: HCRR são tumores raros, que geralmente necessitam de abordagem cirúrgica e apresentam bom prognóstico desde que ressecados com margens adequadas.