Objetivo: Relatar uma série de casos de neoplasias raras a fim de mostrar a condução adotada.
Método: Foi feito um estudo retrospectivo com seis pacientes no período de 20 meses, portadores de tumores malignos do intestino delgado, em seguimento no Hospital e Maternidade Celso Pierro (PUC‐Campinas).
Resultados: Foram analisados seis casos de tumor do intestino delgado, um metastático e cinco de origem primária. Em cinco pacientes (83,3%) a lesão encontrava‐se no jejuno e apenas em um (16,7%) foi observada no íleo. A confirmação diagnóstica foi feita através da abordagem cirúrgica e estudo histológico. Os procedimentos adotados incluíram: enterectomia segmentar em todos os seis casos, linfadenectomia em 100% dos casos, colectomia direita com íleo transverso, anastomose em um paciente (16,7%) e ressecção peritoneal em um único caso (16,7%). O estudo anatomopatológico das peças ressecadas identificou cinco tumores primários (83,3%), três adenocarcinomas (50%), dois sarcomas (20%), ambos neoplasia estromal gastrointestinal (GIST). Apenas um tumor metastático foi observado (16,7%), correspondeu a um melanoma.
Discussão: No intestino delgado, os tumores benignos são um pouco mais comuns do que os malignos, porém esses quase sempre produzem sintomas. Os adenocarcinomas representam 50% dos tumores malignos do intestino delgado e o melanoma maligno apenas de 1 a 3% de todas as neoplasias malignas no trato gastrointestinal. O princípio geral do tratamento dos tumores malignos de intestino delgado é a ressecção com margens cirúrgicas livres, associada à linfadenectomia locorregional, procedimento adotado em todos os pacientes desta série. A análise desta casuística revelou que o adenocarcinoma primário teve a maior prevalência.
Conclusão: Os tumores de delgado tem incidência rara e seu diagnóstico geralmente é tardio, repercute no prognóstico e na chance de cura.