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Vol. 37. Issue S1.
Pages 135-136 (October 2017)
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Vol. 37. Issue S1.
Pages 135-136 (October 2017)
P‐145
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SÍFILIS ANORRETAL SOB A FORMA PSEUDOTUMORAL: UMA RARA APRESENTAÇÃO DA DOENÇA
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Ursula Araújo de Oliveira Galvão Soares, Isabela Cruz, Larissa Andrade Costa, Lina Codes, Flavia Fidelis, Elias Souza, Euler Azaro Filho
Hospital São Rafael, Salvador, BA, Brasil
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Introdução: A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica causada pelo Treponema pallidum. Segundo a OMS, em 2010 houve 11 milhões de casos novos, acometeram principalmente pacientes na terceira década de vida, homens, portadores do vírus HIV e homossexuais. No Brasil, em 2015 o número de casos notificados foi de 65.878. A sífilis anorretal é rara, pode ser assintomática ou apresentar‐se como proctite, ulcerações ou pseudotumores.

Relato do caso: Paciente portador de HIV, controlado em uso de TARV, com história de edema, dor e sangramento anal, após tentativa de coito. Toque retal com lesão em reto inferior, abaulada, heterogênea, media 5cm, com mobilidade reduzida; anuscopia com mucosa edemaciada, enantematosa, muco em grande quantidade e resíduo sanguíneo. Retossigmoidoscopia: reto com mucosa hiperemiada, erosões aftoides recobertas por fibrina e lesão elevada a 3cm da borda anal, circunferencial, estendia‐se até 5cm cranialmente, rósea, irregular, friável e endurecida. Anatomopatológico: retite crônica moderada com ulceração. Ressonância magnética de pelve evidenciou espessamento irregular em reto baixo e médio, de provável natureza neoplásica, com sinais de invasão vascular extramural e de acometimento linfonodal mesorretal. Revisão de lâmina, sem evidência de neoplasia, contudo com espiroquetose. Sorologias VDRL 1/64 e FTA‐ABS positivas. Tratado com penicilina benzatina. Apresentou resolução completa dos sintomas e das alterações ao exame físico, mantém acompanhamento ambulatorial há seis meses.

Discussão: A sífilis anorretal pode se apresentar como enantema, ulceração e de forma mais incomum com aspecto pseudotumoral. Para o diagnóstico, é importante a avaliação histológica, com microscopia de campo escuro junto ao VDRL. Mesmo na forma pseudotumoral o tratamento clínico, através da penicilina benzatina, tem uma resposta que chega a 95%.

Conclusão: O diagnóstico da forma anal da sífilis nem sempre é fácil, mas é importante levantar essa hipótese, principalmente na população de risco, haja vista que o tratamento é simples e com excelente resposta.

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Journal of Coloproctology
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