Objetivo: Estimar a sobrevida em cinco anos dos pacientes operados em hospital terciário do Sistema Único de Saúde (SUS) devido a câncer colorretal (CCR) e comparar com dados da literatura mundial.
Métodos: Coleta de dados dos pacientes submetidos a cirurgias colorretais entre agosto de 2011 e junho de 2012. Feita busca dos laudos anatomopatológicos e identificados aqueles com CCR. Feitas três tentativas em dias diferentes de contato telefônico com as seguintes perguntas: paciente vivo ou falecido em junho de 2017, data e causa do óbito, se continua em acompanhamento no serviço ou não.
Resultados: Foram 197 pacientes submetidos à cirurgia colorretal no período, 84 (42,7%) do sexo masculino e 113 (57,3%) do feminino, entre 17 e 96 anos (média 58,13, mediana 58); 133 (67,5%) apresentavam CCR. Foi obtido sucesso no contato telefônico com 86 (43,6%) pacientes, 61 (45,8%) no grupo com CCR. Revisão de anatomopatológico evidenciou: cinco (3,8%) Tis, oito (6,0%) T1, nove (6,7%) T2, cinco (3,8%) T3, 89 (67%) T4a, sete (5,2%) T4b e 10 (7,5%) neoplasias malignas do reto com resposta completa após neoadjuvância; 81 (60,9%) N0, 25 (18,8%) N1, 25 (18,8%) N2 e dois (1,5%) Nx; foram dissecados 12 ou mais linfonodos em 71 (53,4%) das peças. Dos pacientes com CCR e contato telefônico bem‐sucedido, 38 (62,3%) encontravam‐se vivos em junho/2017 e 27 (71%) em acompanhamento no serviço; 23 (37,7%) haviam falecido, as causas de óbito foram: oncológica (69,5%), complicação pós‐operatória (21,7%), doenças cardiovasculares (4,4%), doenças respiratórias (4,4%).
Conclusão: A sobrevida estimada dos pacientes com contato telefônico bem‐sucedido são comparáveis às da literatura (62,3% vs. 65%). Nota‐se uma forte tendência ao diagnóstico tardio de CCR no SUS.