Introdução: Os inibidores da bomba de prótons (IBPs) são usados nas principais condições patológicas nas quais é necessário reduzir a secreção de ácido gástrico. Em geral, são bem tolerados pelo organismo, são poucas as reações adversas. Entretanto, o ácido gástrico é um tipo de mecanismo de defesa contra os microorganismos ingeridos e os fisiológicos e a supressão de forma crônica do ácido gástrico poderia, de alguma forma, causar efeitos adversos, como o supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SBID), uma doença caracterizada por um maior número de bactérias intestinais e pela mudança na composição bacteriana do trato gastrointestinal.
Metodologia: O trabalho foi elaborado a partir de uma revisão da literatura nas bases de dados PubMed e SciELO. Foram escolhidos oito artigos que preenchiam os critérios inicialmente propostos.
Resultados: Em um estudo feito com crianças>5 anos descobrimos que o SBID é frequente em crianças tratadas com 20mg/dia de omeprazol por quatro semanas. O alto metabolismo do omeprazol em algumas faixas etárias, que correspondem à idade dos indivíduos deste estudo, pode contribuir para a menor incidência de SBID em adolescentes. Em um grupo de 200 pacientes adultos afetados pela doença do refluxo gastroesofágico em uso de IBP por pelo menos dois meses, 50% dos pacientes apresentaram SBID. Acredita‐se que o aumento das bactérias esteja relacionado com o pH gástrico e o período que fica acima de 4,0.
Conclusão: Todos os estudos apontam que a relação entre o suprecrescimento bacteriano e o uso crônico de antiácidos, principalmente dos inibidores da bomba de prótons, é positiva. A prevalência de SBID e a gravidade dos sintomas relacionados com o IBP aumentam com a duração do tratamento com IBP: em outras palavras, quanto maior o tempo de tratamento com IBP, maiores as consequências de SBID.