Introdução: Uma das complicações tardias mais comuns após a construção do estoma é o prolapso. Embora a maioria do prolapso possa ser tratada de maneira conservadora, a revisão cirúrgica é necessária quando ocorre dificuldade no cuidado e manipulação diária, encarceramento ou estrangulamento. Em certos casos, a laparotomia e/ou a reversão do estoma não são apropriadas. Esta apresentação visa informar aos cirurgiões sobre abordagens seguras e eficazes para a revisão de estomas prolapsados usando técnicas locais.
Apresentação do caso/ método: Paciente do sexo masculino, 70 anos, submetido à retossigmoidectomia laparoscópica com ileostomia de proteção em julho/2014 por neoplasia de reto médio após neoadjuvância, tendo complicado no pós operatório precoce por evisceração por sítio de ileostomia e posteriormente com estenose de anastomose colorretal refratária à dilatação endoscópica. Foi tentado realizar fechamento de ileostomia em 2017, tendo complicado com deiscência de anastomose, sendo reabordado cirurgicamente, submetendo‐se à enterectomia e confecção de colostomia terminal, por impossibilidade de reconfecção de anastomose colorretal por status clínico limitado. Paciente evoluiu com prolapso de colostomia, dificultando manipulação e cuidados locais adequados, sendo optado por correção de prolapso de estoma com grampeadores lineares, por abordagem cirúrgica local, sem necessidade de acesso cirúrgico à cavidade abdominal. Utilizando GIA 60‐3,8 disparado verticalmente na lateral bilateral, desta forma, o segmento prolapso foi transformado em dois semicirculares (anterior e posterior) e cada um desses retalhos foi amputado com o GIA 60‐3.8, disparado no nível da pele horizontalmente. O tempo operatório foi de 7min e a perda de sangue foi mínima. Paciente apresentou recuperação pós‐operatória satisfatória, sem complicações ou recorrência de prolapso.
Discussão: Detalhamos passo a passo uma técnica usando dispositivos grampeadores lineares que podem ser usados para revisar localmente segmentos de estoma prolapsos e, portanto, evitar uma laparotomia. O procedimento é tecnicamente fácil de executar com resultados pós‐operatórios satisfatórios.
Conclusão: Esta técnica cirúrgica oferece uma opção alternativa é eficaz para abordar complicações do prolapso do estoma com segurança e de forma definitiva, sem necessidade de acesso à cavidade abdominal.