Área: Doenças malignas e pré‐malignas dos cólons, reto e ânus
Categoria: Relatos de caso
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): Relatar um caso clínico sobre tumor retro retal, sua abordagem pela técnica de Kraske e sua revisão bibliográfica.
Descrição do caso: D.M.B.S., 38anos, feminina, queixando de dor pélvica crônica há 2anos com piora progressiva associado a hematoquezia de pequena quantidade, sangramento vaginal, constipação intestinal e perda ponderal de 6kgs em 2meses. Nega comorbidades, tabagismo e uso de medicações. Ao exame proctológico: abaulamento em parede posterior do reto, com massa de consistência fibroelástica, não aderida a parede retal, multilobulada. Realizou biopsia percutânea da lesão via transglútea, com anatomopatológico de fragmentos de tecido muscular estriado esquelético associado a tecido adiposo sem atipias. Marcadores tumorais normais. Em RNM de pelve: Imagem cística multilobulada medindo cerca de 5,7 x 4,7 x 4,8cm, alguns de aspecto simples outros hemorrágicas, localizada no espaço entre o cóccix e o reto, deslocando este anterior e lateralmente para a esquerda e o colo uterino lateralmente para a direita, com manutenção do plano de clivagem com as estruturas adjacentes. Indicado resseção cirúrgica da lesão pela técnica Kraske, sem intercorrências com alta no 5PO, mantendo acompanhamento periódico ambulatorial até o momento. Anatomopatológico: Tecido fibroadiposo muscular e sem atipias.
Discussão: Tumores retroretais são lesões raras e mais frequentes do que é referido na literatura, por serem oligossintomáticos e com manifestações clínicas inespecíficas. Tem predominância feminina e do tipo benignos e congênitos. A apresentação mais comum é perianal e baixa sendo que estes tumores podem frequentemente ser palpados no exame físico. Levam a dor pélvica ou abdominal, constipação intestinal, massa retal palpável, sinus pilonidal recorrente e abscesso pélvico. O toque retal identifica uma compressão extrínseca posterior na parede do reto e/ou canal anal, com mucosa integra. A TC e a RM avaliam sua extensão, invasão de estruturas adjacentes e linfonodos locais. A sigmoidoscopia flexível avalia invasão da parede retal e exclui neoplasias. A abordagem posterior exclusiva (Via de Kraske) é geralmente reservada às lesões extensas envolvendo o sacro até à ponta do cóccix. O acesso posterior via transesfincteriana tipo York‐Mason, indicada nas situações de envolvimento da parede retal. A incisão de Parks pela sua facilidade técnica, menor hemorrágia operatória e perante lesões com localização baixa pode proporcionar resultados satisfatórios. No seguimento preconiza‐se toque retal a cada 3meses durante o primeiro ano, e em seguida anualmente e exames de imagem para o diagnóstico de recidivas.
Conclusão: A baixa prevalência de tumores retrorretais e a dificuldade de suspeição diagnóstica dificulta o melhor manejo destas patologias. Tratamento