Introdução: Fístulas perianais são as manifestações clínicas mais comuns da Doença de Crohn (DC). Esse relato discorre sobre uma paciente portadora de Crohn perianal, que apresentou remissão clínica da doença após uso de CimziaÒ (Certolizumabe pegol‐CTZ).
Relato do caso:C.P.L.S., 41 anos, sexo feminino, com história de dor ao evacuar associada a mucorréia e hematoquezia desde dez/2016. Procurou nosso serviço em dez/2017 referindo piora do quadro clínico e surgimento de fístulas perianais (PCDAI: 17). Colonoscopia (nov/2017): fístulas perianais, diverticulose colônica. Anatomopatológico de fragmentos de colonoscopia: colite crônica. Calprotectina: 529mg/dL. Iniciado terapia “step‐up” para DC em dez/2017. Realizado fistulectomia e colocação de sedenho em 23/03/18. Após abordagem, não foi observada melhora clínica (PCDAI: 17), mesmo em vigência de antibioticoterapia e corticoterapia. Enteroressonância magnética (maio/18): impregnação anômala da mucosa do íleo terminal, sem espessamento mural, inferindo atividade inflamatória. Reabordagem da fístula perianal, com curetagem e sedenho, no dia 07/05/18 e prescrito o CTZ. Realizado dose de indução, no dia 22/05/18. Após 3 semanas do início do CTZ, apresentou melhora significativa da fístula (PCDAI: 6) e remissão clínica da doença.
Discussão: O tratamento de fístulas perianais é desafiador, podendo contemplar estratégias cirúrgicas e medicamentosas. O CTZ é um anticorpo monoclonal humano, para uso em tratamento em pacientes com DC.1 S. Schreiber et al., apresentou como resultado, um índice maior de fechamento de ao menos 50% das fístulas em pacientes que utilizaram o CTZ (73% com a medicação contra 39% do grupo que utilizou o placebo), na semana 26a de acompanhamento.2
Conclusão: O tratamento das fístulas perianais deve ser individualizado de acordo com o paciente. No presente caso, após o uso de CTZ, a paciente apresentou melhora da fístula e remissão da doença, com consequente melhora em qualidade de vida.