Objetivo: Estudar os casos de endometriose profunda com acometimento intestinal operadas por laparoscopia por um único cirurgião num hospital privado.
Método: Avaliação retrospectiva dos prontuários médicos de pacientes com endometriose profunda com acometimento intestinal submetidas a tratamento cirúrgico laparoscópico. Foram avaliadas as cirurgias realizadas, tempo cirúrgico, complicações e recidiva.
Resultados: Oitenta e dois pacientes com endometriose intestinal foram submetidas a cirurgia laparoscópica no período de outubro de 2014 a junho de 2018. A principal indicação de cirurgia foi a dor pélvica crônica e/ou dispareunia de profundidade (84%). A cirurgia mais realizada foi a retossigmoidectomia laparoscópica (n=38, 46,3%), seguido pela ressecção discoide anterior do reto (n=27, 32,9%), “shaving” do reto (n=15, 18,3%) e enterectomia isolada (n=1, 1,2%). Foram realizados outros 38 procedimentos laparoscópicos concomitantes em 19 pacientes, dentre eles: histerectomia laparoscópica (n=8, 10%), apendicectomia laparoscópica (n=7, 8,5%), lesão vesical/ureteral (n=6, 7,3%), enterectomia/íleo colectomia direita+outra ressecção intestinal (n=5, 6%), ooforectomia (n=5, 6%) e lesão umbilical (n=1, 1,2%). O tempo cirúrgico médio foi de 121 minutos (45‐285min) sendo: “shaving”: 91min (45‐205), discoide: 116min (50‐182min) e retossigmoidectomia: 141min (75‐285). O período médio de internação hospitalar foi de 1,5 dias. A taxa de conversão foi de 2,5% (n=2). A taxa de complicações pós‐operatórias (até 30 dias) foi de 8,6%. Até o presente momento, três pacientes apresentaram recidiva /lesão residual e precisaram de nova abordagem cirúrgica (retossigmoidectomia). O período médio de seguimento clínico é de 14 meses (1‐43).
Conclusão: a cirurgia laparoscópica é segura e deve ser oferecida como primeira opção nas pacientes com endometriose profunda com acometimento intestinal.