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Vol. 37. Issue S1.
Pages 156 (October 2017)
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Vol. 37. Issue S1.
Pages 156 (October 2017)
P‐192
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TRATAMENTO CIRÚRGICO DA ÚLCERA RETAL SOLITÁRIA
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Eduardo de Souza Andrade, Fernanda Bellotti Formiga, André Luigi Pincinato, João Carlos Magi, Bruna Lima Daher, Pietro Dadalto de Oliveira, Galdino José Sitonio Formiga
Hospital Heliópolis, São Paulo, SP, Brasil
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Introdução: A síndrome da úlcera retal solitária (SURS) é uma afecção causada por distúrbios da defecação. O diagnóstico etiológico é por vezes difícil e multifatorial. O tratamento se constitui desde mudanças comportamentais, terapia medicamentosa e biofeedback até cirurgia.

Relato do caso: Mulher, 47 anos, queixava‐se de esforço evacuatório com necessidade de manobras digitais, fezes ressecadas, dor retal, puxo, hematoquezia e mucorreia havia 10 anos. Colonoscopia evidenciou úlcera plana, recoberta por fibrina, 1,5cm de extensão, a 7cm da borda anal. Defecografia diagnosticou invaginação intrarretal, enterocele, sigmoidocele, retocele e descenso perineal. Feita sacropromontofixação do reto mais plicatura do fundo de saco (cirurgia de Moscovitch). Na avaliação após o terceiro mês, apresentou desaparecimento da úlcera e sintomas relacionados, com colonoscopia e defecografia normais.

Discussão: Intussuscepção retal, descenso perineal, enterocele, sigmoidocele, retocele e prolapso retal causam compressão da mucosa retal e isquemia vascular que caracteriza a SURS. As manifestações clínicas são constipação, hematoquezia, mucorreia, tenesmo, dor perineal e esforço evacuatório. A retoscopia pode diagnosticar úlcera, lesões polipoides e mucosa eritematosa. A úlcera geralmente é rasa, regular, com bordas definidas, hiperemia e edema ao redor. A defecografia auxilia a identificação etiológica dos distúrbios da evacuação. Os diagnósticos diferenciais incluem doença infecciosa, inflamatória e neoplasia. A terapia inicial alia medidas comportamentais, evita esforço evacuatório e diminui a consistência do bolo fecal à terapia medicamentosa com laxantes. O uso de corticoides e aminossalicilatos é pouco eficaz. O biofeedback pode auxiliar a minimizar o comportamento anormal do assoalho pélvico. A abordagem cirúrgica dos defeitos do assoalho pélvico se impõe nos casos refratários.

Conclusão: A SURS é uma afecção de impacto na qualidade de vida. Após o diagnóstico o tratamento cirúrgico é eficaz e não deve ser postergado nos casos refratários.

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