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Vol. 38. Issue S1.
Pages 41-42 (October 2018)
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Vol. 38. Issue S1.
Pages 41-42 (October 2018)
P168
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TRATAMENTO ENDOSCÓPICO DO GOSSIPIBOMA
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Lorena de Almeida Barroso, Marco Antonio Miranda dos Santos, Alexandre Miranda Silveira, Gustavo Ambrosi Evangelista, Fabio Lopes de Queiroz, Eliane Sander Mansur, Sinara Monica de Oliveira Leite
Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
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Introdução: O termo gossipiboma deriva do latim gossypium (algodão) e do grego oma (tumor). Um gossipiboma é uma massa de algodão (compressa, gaze) deixada acidentalmente dentro do corpo depois de uma cirurgia. A incidência é de 1/1500 operações, mas a real incidência pode ser maior devido a preocupações legais e ao estado assintomático de alguns pacientes. A apresentação clínica é variada, incluindo dor, vômito, anorexia, constipação e perda de peso. As complicações incluem perfuração de órgão ocos, obstrução intestinal, peritonite, abscesso e fístula. Tomografia computadorizada é o exame de escolha para diagnóstico e avaliação das complicações.

Descrição do caso:C.M.B.P., 54 anos, sexo feminino, submetida a sigmoidectomia videolaparoscópica em 2008 devido a diverticulite recorrente. Porém desde então paciente mantinha queixa de dor, distensão abdominal e crises recorrentes de diverticulite. Propedêutica: colonoscopia virtual (set/2016): lesão amorfa de 3cm adjacente ao cólon esquerdo (possibilidade de corpo estranho‐CE); colonoscopia (jan/2017): lesão submucosa de 25mm em cólon esquerdo; ecoendoscopia (fev/17): estrutura ovalada, hipoecogênica com focos hiperecogênicos, acometendo a submucosa e muscular própria, medindo 12×19,2mm. Paciente se recusava a ser submetida a nova intervenção cirúrgica, então foi aventada a possibilidade de extração endoscópica do CE. Submetida a colonoscopia em set/2017: realizado destelhamento da lesão com ressecção da mucosa com alça de polipectomia. Houve saída de secreção esverdeada. Realizado clipagem da mucosa. Biópsia: lesão cística inespecífica benigna com fragmentos de corpo estranho. Paciente apresentou boa evolução após o procedimento, sem intercorrências. Assintomática desde então. Colonoscopia 7 meses após o procedimento, evidenciando área de drenagem cicatrizada.

Discussão: O gossipiboma deve ser removido assim que for diagnosticado. A via mais utilizada é a laparotomia porém há relatos de extração percutânea, laparoscópica e endoscópica. No caso acima, a remoção do CE por colonoscopia possibilitou a resolução do quadro de forma menos invasiva, sem comprometimento estético e com rápido retorno às atividades cotidianas. No entanto, a melhor abordagem é a prevenção. Todas os materiais cirúrgicos devem ser verificados no final da cirurgia e registrados.

Conclusão: Embora a incidência de gossipiboma seja muito baixa, deve ser sempre lembrado como causa de dor abdominal crônica em paciente com cirurgia prévia.

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Journal of Coloproctology

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