Área: Doenças do assoalho pélvico/Fisiologia Intestinal e Anorretocólica
Categoria: Relatos de caso
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): Este trabalho tem por objetivo relatar caso de paciente portador de tumor desmoide abdomino pélvico, submetido a uma excisão por abordagem abdomino‐perineal pelo setor de Cirurgia Geral de um hospital do Oeste Paulista, bem como analisar os achados semiológicos, a conduta médica e o resultado obtido no tratamento da neoplasia no caso relatado.
Descrição do caso: N.A.C.C., 73 anos, sexo feminino, branca, foi admitida no serviço hospitalar com história de dor abdominal em fossa ilíaca direita que irradiava para o hipogástrio, disúria, polaciúria e dificuldade para sentar‐se devido a dor. Ao exame físico foi possível identificar uma massa de consistência fibroelástica e irregular em quadrante inferior direito. Na realização de Tomografia Computadorizada de pelve, identificou‐se volumosa lesão expansiva/infiltrativa sólida centrada na gordura da fossa ísquio anal direita/perineal direita, mantendo íntimo contato com a parede lateral direita da vagina, estendendo‐se para a cavidade pélvica onde se desloca e comprime a bexiga e a gordura da região glútea ipsilateral, indicando processo neoplásico, medindo 18,0 x 12,0 x 8,5cm. A paciente foi encaminhada para uma cirurgia de laparotomia exploratoria. No intraoperatório foi identificado a massa, iniciando‐se em região pélvica intraperitoneal com íntimo contato com a bexiga e o reto alto, estendendo‐se para pelve extraperitoneal com íntimo contato com a vagina e o reto médio, insinuando‐se pela gordura isquiorretal lateralmente ao canal anal e a vulva, foi realizada a excisão completa em bloco da lesão para remoção do tumor. Após 20 dias aos cuidados da equipe multidisciplinar, teve uma boa evolução e recebeu alta do serviço hospitalar, sendo orientada a manter acompanhamento ambulatorial.
Discussão e Conclusão(ões): O tumor desmoide é uma neoplasia benigna com incidência de cerca de 2‐4 casos em um milhão e corresponde a 3% dos tumores de tecidos moles, caracterizado por uma proliferação invasiva de fibroblastos proveniente de tecidos músculos‐aponeuróticos, podendo ocorrer de forma esporádica ou associado a síndromes genéticas como a polipose adenomatosa familiar; não possuem cápsula porém tem uma grande função de crescimento local, o que causa um abaulamento da região onde se encontra, comprimindo estruturas adjacentes e ocasionando perda de função dos órgãos. O tumor desmoide apresenta altas taxas de recidiva (cerca de 65%) após a ressecção cirúrgica, o cirurgião deve optar por fazer uma ressecção com margens ampliadas e orientar o acompanhamento ambulatorial. Diante disso, conclui‐se que o tumor desmoide é uma neoplasia benigna pois não tem a capacidade de realizar metástases, entretanto, é um tumor de alto crescimento e poder infiltrativo, e leva a compressão de estruturas adjacentes, perda de função e eventualmente traz um iminente risco a vida do paciente sendo de suma importância o diagnóstico precoce e a abordagem cirúrgica.