Área: Doenças malignas e pré‐malignas dos cólons, reto e ânus
Categoria: Relatos de caso
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): Descrever um relato de caso de tumor neuroendócrino de intestino delgado diagnosticado em paciente assintomático.
Descrição do caso: E.C., masculino, negro, 49 anos, procura ambulatório da Coloproctologia em junho de 2018 com queixa de doença hemorroidária, sem outras queixas anorretais. Na história clínica apresentava hipertensão arterial controlada, sem outras comorbidades ou cirurgias prévias. Durante investigação e pré‐operatório para hemorroidectomia, foi submetido a colonoscopia com achado de lesão submucosa em íleo terminal de aproximadamente 20mm, nodular e endurada. A biópsia realizada evidenciou tumor neuroendócrino e o exame de imuno‐histoquímica confirmou o diagnóstico. Foram solicitadas tomografia de abdome e tórax, sem alterações. O paciente foi submetido a colectomia direita e no intraoperatório foram evidenciadas múltiplas lesões de até 7mm em alças de delgado a 80cm proximal a válvula ileocecal. Foi realizada enterectomia segmentar com anastomose primária. Anatomopatológico da peça e imuno‐histoquímica: tumor neuroendócrino Grau 1. Paciente com boa recuperação pós‐operatória, segue acompanhamento com equipe da Coloproctologia, colonoscopia de controle sem achados.
Discussão: Os tumores neuroendócrinos são neoplasias raras que compreendem 0,49% de todas as neoplasias malignas. É lesão maligna, de crescimento lento, que tem predomínio no gênero masculino, raça negra, com idade média de 55 anos, localizada mais frequentemente no trato gastrointestinal (60%‐80% dos casos), principalmente no intestino delgado e em até 40% as lesões são multicêntricas. O tratamento padrão é ressecção ampla, mesmo para pequenas lesões e o seguimento oncológico se faz necessário a semelhança dos casos de adenocarcinoma colorretal.
Conclusão: Os tumores neuroendócrinos do intestino delgado podem ser achados em exames de rotina em pacientes assintomáticos, o que reforça a indicação do estudo do íleo terminal em colonoscopias, sempre que possível. A ressecção cirúrgica está indicada como tratamento definitivo nestes casos.