Introdução: Os tumores retroretais têm uma incidência incomum, representando 1:40.000 casos das admissões hospitalares. Cerca de 60% das lesões são sólidas. A incidência de malignidade pode ocorrer em 30% das sólidas e em 10% das lesões císticas. São mais prevalentes no sexo feminino, sendo 2/3 das lesões de origem congênita (“tailgut cyst”). A sintomatologia geralmente é resultante de sintomas compressivos locais ou infecção secundária. A ressecção cirúrgica adequada é o tratamento de escolha, não estando indicada a biópsia devido ao risco de complicações locais e disseminação de malignidades. A via de acesso preferencial é determinada pela altura da lesão na pelve, sendo abdominal nos casos de lesões localizadas acima de S3,e perineal quando situadas distalmente. A ressonância magnética é fundamental tanto no diagnóstico como na determinação da técnica cirúrgica a ser empregada.
Descrição do caso: R.A.G.O., feminino, 21 anos, realizou RNM pelve para investigar dispareunia com suspeita de endometriose. Identificada lesão de 7,5cm situada distalmente à vértebra S3, à esquerda da linha média. Submetida à cirurgia por acesso perineal parassacral, com ressecção da lesão cística e drenagem do espaço pararretal sem intercorrências, com alta hospitalar no 5° dia de pós‐operatório.O histopatológico mostrou‐se compatível com hamartoma cístico congênito. RNM pelve de controle (3o e 6o mês de pós‐operatório) sem sinais de recidiva.
Discussão: Os tumores retroretais são incomuns, apresentando‐se muitas vezes como achados incidentais de exames de imagem para avaliação de outras condições pélvicas. O tratamento cirúrgico é importante na prevenção das complicações e exclusão de malignidades. Na grande maioria dos casos, apenas a ressecção cirúrgica está indicada, devido à etiologia congênita, tendo boa evolução clínica no pós operatório.
Conclusão: Em geral, as lesões retroretais têm bom prognóstico e resolução com tratamento cirúrgico, uma vez serem mais comumente de origem embrionária.