Introdução: Os tumores retrorretais surgem do espaço retrorretal ou pré‐sacral e são patologias raras, cuja incidência na população geral é desconhecida. Representam um grupo heterogêneo de tumores, pois são derivados dos remanescentes embrionários de diversos tecidos dessa topografia. Predominam no sexo feminino e são oligossintomáticos, são mais comuns sintomas de dor perianal ou lombar.
Método: Feita análise retrospectiva, através de revisão de prontuários. Selecionados os pacientes com diagnóstico de tumores pré‐sacrais submetidos a cirurgia de junho de 2007 a junho de 2017 num serviço de coloproctologia do Estado da Bahia.
Resultados: Durante o período estudado, seis pacientes foram diagnosticados com tumor pré‐sacral e submetidos à ressecção cirúrgica. Dentre eles, a média de idade foi de 48,6 anos, o sexo feminino representou 66%. A abordagem cirúrgica com acesso posterior foi predominante (quatro pacientes). Apenas um paciente apresentou lesão maligna, representada pelo tumor carcinoide. Dentre os tumores benignos, três eram congênitos e dois inflamatórios.
Discussão: Como no presente estudo, os tumores retrorretais são mais comuns no sexo feminino. Conforme a literatura, ao exame físico o achado mais frequente foi massa palpável ao toque retal, presente em todos casos. O tratamento consiste na ressecção cirúrgica completa com margens livres, a decisão pela via de acesso é determinada pela altura, pelo tamanho da lesão e envolvimento de estruturas adjacentes. Segundo Baek et al., os tumores congênitos representam cerca de 70% dos casos, o tailgut cyst (hamartoma cístico) é mais frequente, o que difere desta análise, na qual, apesar de os tumores congênitos serem a maioria dos casos, apenas um deles apresentou hamartoma cístico. Hassan et al. relatam recorrência elevada nas lesões malignas, 70% nos cordomas.
Conclusão: Os tumores pré‐sacrais são patologias raras, com sintomatologia escassa e variável, que exigem elevada suspeição e tratamento cirúrgico adequado a fim de minimizar morbidade e recidiva.