Introdução: A etiopatogenia da fissura anal na criança não está elucidada completamente. A isquemia da comissura posterior, somada à hipertonia do esfíncter interno, é a teoria mais aceita. O dinitrato de isossorbida provoca direta e indiretamente uma inibição da contração do esfíncter interno (esfincterotomia química).
Metodologia: Durante 2016, de janeiro a maio, 18 pacientes portadores de fissura anal foram tratados com uma fórmula que continha dinitrato de isossorbida, vitamina A e D, e xilocaína. Foram desconsiderados pacientes que tinham fissura anal e doença inflamatória associada. Desses 18 pacientes, 10 eram do sexo feminino e oito do masculino, variaram entre três e 14 anos. Dos 18 pacientes, 12 tinham fissura aguda e seis crônica. Os sintomas mais comuns foram sangramento retal após evacuações e dor durante ou após o ato de evacuar. Foi feita manometria anorretal computadorizada antes e após o tratamento, que durou 35 a 55 dias.
Resultados: Dos 18 pacientes submetidos à manometria anorretal, 72,2% (13) tinham tônus aumentado e 27,8% (cinco acientes) tinham tônus normal. No fim de 40 dias, todos apresentaram melhoria de pelo menos uma das queixas de sangramento retal e dor anal; na manometria feita posteriormente ao tratamento, todos tiveram diminuição do tônus anal. A cefaleia foi o efeito colateral relatado por cinco pacientes.
Conclusão: O uso de esfincteromia química constitui uma boa opção para evitar ou retardar o tratamento cirúrgico, aliado à medidas higiênico‐dietéticas.